Modos de saber, modos de viver: as práticas de samba de roda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lima, Laura Santana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-05112018-170601/
Resumo: A presente pesquisa efetuou um estudo sobre o modo no qual os domínios de conhecimento danças populares e, em especial samba de roda, foram produzidos historicamente, no interior de categorias de estudos tais como o folclore e a dança, para assim pensarmos sobre o sistema de valoração que lhe é atribuído. Como base teórica metodológica utilizamos os estudos foucaultianos, considerando as relações entre poder, saber e sujeito. Dessa maneira, buscamos observar o processo de deslocamento histórico que possibilitou ao tema entendido como samba de roda ser problematizado como campo de pesquisa. Para tal, observamos a emergência e a produção do samba de roda como um saber institucional, entendendo-o como um conjunto de situações estratégicas em um dado momento histórico, e não uma verdade fixa e imutável no interior da história. O samba de roda fora estabelecido como recorte devido ao seu reconhecimento tanto institucional, com o advento de políticas públicas ao longo da história do Brasil, quanto na concepção de identidade que comumente vemos ser atribuída ao termo samba, muitas vezes entendido como elemento subjetivo singular da formação do povo brasileiro. As escritas sobre a prática do samba de roda como domínio de saber, de acordo com os métodos racionalizantes do nosso conhecimento, atuam na reinvenção, por meio de métodos empíricos, do status sociopolítico tanto de suas práticas quanto dos indivíduos a elas relacionados. Portanto, a relação com o corpo se impõe ao trabalho, sendo um vetor comum que atravessa a pesquisa como um todo, e no qual problematizamos a partir da noção corporeidade. Esta, por sua vez, remete-nos às relações de poder e saber que objetificam o modo como o corpo se desloca, movimenta-se ou atua, a partir de cada diferente prática e manifestação em dança. Essa discussão perscruta, ao considerar as corporeidades singulares produzidas no interior dos conhecimentos tanto em dança, quanto em danças populares e no samba de roda, as fronteiras possíveis nas quais o acontecimento dançado irrompe a construção de conhecimento, possibilitando a intensidade da experiência.