Estudo sentinela: monitoramento da colonização fúngica de mucosa oral em crianças internadas em Hospital Público, São Paulo

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Ramos, Regina Teixeira Barbieri
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Candidemia; candidíase oral; colonização oral; crianças hospitalizadas; hospitalized children; mucosa oral; oral candidiasis; oral colonization; oral mucosa
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23139/tde-29042024-104049/

Foram coletadas leveduras da mucosa oral de 80 pacientes de 0 a 17 anos, internados no Hospital Infantil Darcy Vargas. Ao todo foram feitas 167 coletas, e destas, 43 amostras foram positivas para leveduras. Das 43 amostras positivas, 5 apresentaram 2 espécies ou gêneros diferentes na mesma amostra da mucosa oral, perfazendo então 48 cepas. As leveduras foram identificadas por método tradicional, Chromagar (diagnóstico presuntivo) e Maldi-Tof. As amostras foram avaliadas quanto a produção de proteinase e sensibilidade aos antifúngicos pela técnica de microdiluição em caldo segundo método de EUCAST. Dos 80 pacientes, 26 (32,5%) apresentaram amostras positivas para fungos leveduriformes. A levedura mais isolada da mucosa oral foi Candida albicans sensu stricto (ss) com 72,92% (35/48), seguida de Candida parapsilosis sensu stricto (ss) com 14,6% (7/48), Candida dubliniensis com 4,16% (2/48) e Candida glabrata sensu stricto (ss), Candida tropicalis, Candida fabianii, e Kodamaea ohmeri com 2,08% (1/48) cada. A atividade enzimática para proteinase, foi produzida em 96% (46/48) das cepas estudadas. A maioria das amostras apresentaram reação fortemente positiva para proteinase (índice 3) com 70,8% (34/48), 25% (12/48) apresentaram reação positiva para proteinase (índice 2) e apenas 4,2% (2/48) apresentaram ausência de atividade enzimática (índice 1). De todas as amostras de Candida albicans ss, 25,7% (9/35) produziram atividade positiva para proteinase (índice 2), 68,6% (24/35) produziram atividade fortemente positiva e 5,7% (2/35) apresentaram ausência de atividade para proteinase (índice 1). Com relação aos isolados de C. parapsilosis ss, 85,7% (6/7) apresentaram atividade fortemente positiva (índice 3) e 14,3% (1/7) atividade positiva (índice 2). As 2 amostras de C. dubliniensis, C. glabrata ss e C. tropicalis apresentaram atividade fortemente positiva (índice 3), já as amostras de C. fabianii e K. ohmeri apresentaram reação positiva (índice 2). Um paciente, apresentou candidemia por C. parapsilosis ss isolada do sangue e cateter. Essas amostras apresentaram atividade enzimática fortemente positiva para proteinase (índice 3). Já o outro paciente, apresentou candidemia por C. parapsilosis ss isolada do sangue e da mucosa oral e apresentou atividade enzimática fortemente positiva para proteinase (índice 3). Com relação a sensibilidade/resistência aos antifúngicos, pode-se observar que, dentre as cepas estudadas, destacam-se: C. albicans ss: 6(R) AMB, 5(R) VCZ e 2(R) FCZ; uma das cepas apresentou resistência cruzada (VCZ e FCZ) e outra foi multirresistente, apresentou resistência aos 3 antifúngicos (AMB, VCZ e FCZ). Duas cepas de C. parapsilosis ss apresentaram resistência a AMB. A cepa de C. tropicalis apresentou resistência cruzada (VCZ e FCZ). Em conclusão, a técnica tradicional e Maldi-Tof, para a identificação de leveduras, demonstraram concordância de resultados de 91,5%. A atividade enzimática para proteinase, foi produzida em 96% (46/48) das cepas estudadas. Pelos resultados obtidos pode-se observar ainda a presença e colonização de leveduras na mucosa oral deste grupo de crianças internadas em Hospital Público, S.P., e na grande maioria com câncer. C. albicans ss foi a espécie mais frequente, destacando-se ainda o isolamento de C. fabianii e K. ohmeri, espécies raras em material clínico e surgindo, cada vez mais, como patógenos oportunistas.