Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Rafael Goffinet de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-26072023-095128/
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Resumo: |
Desde 1960, a participação tem nomeado uma miríade de discursos e práticas localizadas entre os campos da arte e da arquitetura e urbanismo. Sob este termo guarda-chuva encontramos desde as formas de reorganização do canteiro de obras, como defendia Sergio Ferro, às atuais tecnologias de planejamento urbano dito inteligente, inclusivo ou compartilhado; passando também pelas experimentações de relações intersubjetivas alternativas entre percepção, corpo e espaço, como foram as vivências descondicionantes de Hélio Oiticica, ou como atualmente perseguem as apropriações de edifícios e espaços livres praticadas pelos chamados artivismos. O que permite unir estes e tantos outros exemplos é a dissolução de limites convencionais que regiam a produção do espaço em direção a um enfoque sobre processos sociais de toda ordem. No entanto, longe de configurar um lugar comum de experimentações, o que estamos chamando de espacialidades da participação revelam: 1) um campo de permanente disputa sobre seus significados estéticos e também políticos; 2) um contraditório processo de difusão e institucionalização do que, nos turbulentos anos 1960-70, parecia configurar diferentes horizontes de transformação política e social; e, finalmente, 3) A ressignificação de termos como obra-aberta, experiência, colaboração, criatividade ou interatividade, hoje confundidas com as transformações produtivas, culturais e subjetivas levadas a cabo pela emergência da racionalidade neoliberal: aquela que, segundo Dardot e Laval (2016), ao superar as regras fixas e hierarquizadas do mundo fordista, fundou o sujeito empresarial - competitivo, autorrealizável, flexível, precário, fluido, sem gravidade. Interessa compreender, portanto, e esta é a hipótese da pesquisa, se os discursos e as práticas da participação configuram um dos nós centrais no conjunto de transformações levadas a cabo pela formação discursiva da racionalidade neoliberal e que vem afetando as relações de produção e de trabalho, redefinindo instituições e organizações políticas, pautando o desenvolvimento tecnológico e produzindo novas formas de subjetividade e de sociabilidade. Desta perspectiva, a pesquisa busca compreender a participação como um dispositivo do poder biopolítico; e as espacialidades da participação como um conjunto de agenciamentos sociais, culturais e políticos capazes de pôr em funcionamento o exercício da subjetividade empresarial. |