A fotobiomodulação pode favorecer um melhor reparo de feridas cirúrgicas em mucosa oral?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Araujo, Júlia Gomes Lucio de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23149/tde-27082021-093939/
Resumo: A terapia de fotobiomodulação (FBM) é utilizada há mais de 20 anos na prática odontológica, no entanto ainda há questionamentos sobre os parâmetros utilizados nas diferentes situações clínicas. Na prática, ainda existem muitas controvérsias quanto a confiabilidade da aferição dos desfechos encontrados em ensaios clínicos. Neste contexto, procuramos responder à pergunta focal: A fotobiomodulação pode favorecer um melhor reparo de feridas cirúrgicas em mucosa oral? Para isso, foi realizada uma revisão sistemática, apontada no portal Internacional de registros prospectivos de Revisões Sistemáticas - PROSPERO (CRD42020202883), seguindo as recomendações Preferenciais para Revisões Sistemáticas e Meta-Análises (PRISMA). Uma busca booleana foi executada por dois revisores independentes com palavras-chave específicas nas principais bases de dados: PubMed, Web of Science e Scopus. Estabeleceu-se critérios de elegibilidade específicos sendo que em um deles a revisão deveria considerar estudos que apresentassem desfechos de aferição quanto ao reparo da mucosa oral após intervenção cirúrgica. Foram encontrados inicialmente 1131 artigos, destes, 75 estudos estavam duplicados e 1026 não atendiam aos critérios de inclusão e foram excluídos. Considerou-se elegíveis para revisão 30 artigos completos. Após leitura completa outros 9 artigos foram excluídos e a amostra final foi constituída por 21 artigos. Deste total, 7 estudos utilizaram laser vermelho e 14 estudos fizeram uso do laser infravermelho. Utilizando-se de um formulário de extração de dados para esta revisão foram listadas características metodológicas dos estudos e construiu-se tabelas resumo de cada estudo. Após, os dados metodológicos extraídos foram avaliados quanto aos riscos de vieses metodológicos e estudos semelhantes foram agrupados para metanálise comparativa de desfechos utilizando ferramentas estatísticas do programa RevMan5.3 (Review Manager Version 5.3. Copenhagen: The Nordic Cochrane Centre, The Cochrane Collaboration, 2014). 12 As tabelas resumo mostraram a grande variabilidade de parâmetros utilizados na intervenção da terapia de FBM, as divergências de posologias e de aferições de desfechos e critérios metodológicos para a mesma condição clínica. A maioria dos estudos selecionados apresentavam baixo risco de viés, mas alta heterogeneidade metodológica quando comparados entre si. Do total dos estudos selecionados, apenas quatro foram eleitos para comparação, sendo dois que utilizaram o laser vermelho e dois o infravermelho. A metanálise mostrou que a FBM por laser vermelho ou infravermelho não apresenta evidências de favorecer significativamente o reparo em mucosa oral após uma intervenção cirúrgica. Nos limites desta revisão, podemos concluir que os estudos precisam ser cuidadosamente delineados sob o ponto de vista de um ensaio clínico reprodutível e transparente com parâmetros comparáveis entre si e utilizando maiores amostras da população incluindo critérios de aferição de desfechos semelhantes para que se possa verificar a existência de efeito favorecedor da FBM na reparação tecidual pós-operatória da mucosa oral.