Contatos de indivíduos com tuberculose: análise na perspectiva da vulnerabilidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pinto, Mayrla Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-22022021-133502/
Resumo: Introdução: A tuberculose (TB) ainda se configura como epidemia global. A investigação de TB, ativa ou latente, entre os contatos de pessoas diagnosticadas com a doença e dos indivíduos que possuem maior susceptibilidade em desenvolvê-la, assim como a oferta de tratamento preventivo são componentes da nova estratégia para a eliminação da tuberculose até 2050. Objetivo: Analisar as vulnerabilidades de contatos de indivíduos que foram notificados com a tuberculose no município de Campina Grande/PB e suas implicações no controle da enfermidade. Método: Estudo descritivo-exploratório, com recorte transversal, de abordagem quanti-qualitativa. O conceito de Vulnerabilidade constituiu o referencial teórico. Os participantes no estudo foram 23 responsáveis por 46 contatos, com até 18 anos, das pessoas que foram notificadas com formas transmissíveis da TB no ano de 2016, além de 48 profissionais de saúde dos serviços de saúde que assistiram a pessoa com TB durante seu tratamento. A coleta de dados foi realizada por meio de análise documental de dados em prontuários, entrevista semiestruturada e registros de observação em campo. Foi utilizado um roteiro específico para cada grupo de participantes. A análise dos dados quantitativos compreendeu resultados descritivos. Para a análise dos depoimentos dos participantes foi realizada análise do discurso. Resultados: A maioria dos contatos possuía idade entre 6 e 14 anos (47,8%: 22), porém, também se verificou crianças com idade até 5 anos (37,0%: 17); 65,2% (30) eram filhos do caso índice. O domicílio foi o suposto local onde ocorreu a exposição dos contatos. Foram convocados para consulta, 29 (63%) contatos, dos quais 75,9% (22) foram levados pelos responsáveis. Dos contatos que fizeram algum exame, quatro foram diagnosticados com infecção latente e foram indicados para a quimioprofilaxia, mas apenas dois completaram o esquema preventivo. Dos depoimentos dos responsáveis pelos contatos emergiram duas categorias analíticas: Processo Saúde-Doença-Cuidado e Assistência; dos depoimentos dos profissionais emergiu a categoria Assistência. Da análise dos depoimentos foram encontrados elementos de vulnerabilidade individual, social e programática, dentre os quais, ressaltam-se: escasso conhecimento sobre a doença, ausência de informações repassadas pelos profissionais da saúde, e/ou orientações incorretas e inadequadas, o que compromete o entendimento sobre a importância da investigação dos contatos, e implica em atitudes inadequadas na prevenção da transmissão da doença aos contatos. A precariedade das condições sociais, concretizadas, dentre outros, pelo baixo poder aquisitivo, implicou, em alguns casos, na ausência às consultas, e na não realização de exames para o diagnóstico, também justificadas pela ausência de sintomatologia nos contatos, medo em relação a certos procedimentos (teste tuberculínico), falta de tempo para ir ao serviço, dificuldade de acesso aos serviços, escassez de teste tuberculínico e demora no agendamento de exames. A participação da equipe de saúde é fundamental para o controle dos contatos, com especial relevância para o Agente Comunitário de Saúde. Conclusão: Elementos de vulnerabilidade nas dimensões individual, social e programática representam limitações para o controle da tuberculose no Município e devem ser alvo de intervenções no âmbito das políticas públicas de saúde do Município, e requerem interação com a intersetorialidade.