Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Faria, Sheilla de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-21092021-153351/
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Resumo: |
Guidelines recomendam contatos frequentes com nutricionistas durante o tratamento do câncer de cabeça e pescoço (CCP) para aumentar a ingestão alimentar e evitar a perda de peso. No entanto, poucos estudos examinaram a efetividade da implementação das recomendações nutricionais de guidelines e o papel da adesão à prescrição nutricional. Quatro manuscritos compõem essa tese. Em janeiro de 2013, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo implementou protocolo de cuidados nutricionais intensivos durante a radioterapia de CCP. Os objetivos desta pesquisa foram verificar o efeito da implantação do protocolo de atendimento nutricional intensivo no estado nutricional e na qualidade de vida (QOL) de pacientes com CCP submetidos à radioterapia, a importância da adesão ao protocolo, bem como investigar fatores associados à adesão. A pesquisa dividiu-se em uma parte retrospectiva, com análise de dados dos prontuários, e uma parte prospectiva. Foram incluídos pacientes com CCP submetidos à radioterapia. Os desfechos foram o estado nutricional (perda de peso e avaliação subjetiva global), ingestão alimentar, QOL e sobrevida. Pacientes que perderam mais de 25% das consultas com o nutricionista durante a radioterapia foram considerados não aderentes. Uma análise dos dados, em estudo retrospectivo com 472 pacientes, comparando os desfechos antes e após a implementação do protocolo de cuidado nutricional intensivo (primeiro manuscrito), encontrou maior perda de peso antes (-6,7%; intervalo interquartil (IQ) -10,5 / -1,9) do que após a implementação do protocolo (-5,0%; IQ -9,8 / -0,7), embora não estatisticamente significante (p = 0,06). Também não houve diferença significativa em termos de atingir a ingestão nutricional recomendada. Em uma segunda análise, limitada aos 317 pacientes após a implementação do protocolo (segundo manuscrito), encontrouse que menos da metade dos pacientes (45,7%) eram aderentes. Verificou-se menor perda de peso significativa no grupo de aderentes (42.8% vs 55.8%, p = 0,02), apesar de não haver diferença na ingestão nutricional. A sobrevida global não foi diferente entre os grupos. Em modelo de regressão logística, a adesão ao protocolo resultou em 43% (odds ratio 0,57, intervalo de 95% de confiança 0,34 - 0,97) de proteção para perda de peso significativa. No terceiro manuscrito, foi realizada uma scoping review com intuito de mapear as evidências sobre a adesão à intervenção nutricional oral em pacientes com CCP. A revisão mostrou não haver uma base de evidências robustas sobre este tema. No quarto manuscrito, com dados prospectivos de 80 pacientes após implementação de protocolo de cuidados nutricionais intensivos, a maioria dos pacientes relatou QOL estável ou melhor em todos os domínios, exceto para fadiga, dor e sentidos durante a radioterapia. Apenas pacientes não aderentes tiveram uma piora clínica significativa na função física, cognitiva e social, e apresentaram aumento significativo da prevalência de desnutrição. Em conclusão, a implementação do protocolo cuidados nutricionais intensivos parece ter efeito positivo no estado nutricional e na qualidade de vida de pacientes com CCP submetidos à radioterapia, mas não na sobrevida e na ingestão alimentar. A adesão à intervenção nutricional parece ser importante para melhores desfechos e deveria receber atenção da equipe multiprofissional. |