O uso do biofeedback eletromiográfico no treinamento para correta execução da manobra de Mendelsohn em portadores de doença de Machado-Joseph: estudo prospectivo randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Correa, Sabrina Mello Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5154/tde-10032010-115552/
Resumo: INTRODUÇÃO: na reabilitação da disfagia faríngea, a manobra de Mendelsohn (MM) é a única descrita como efetiva para o trabalho de elevação da laringe e seqüente abertura do segmento faringo-esofágico, desde que executada corretamente. OBJETIVO: avaliar a eficácia do uso do biofeedback eletromiográfico no processo de treinamento para correta execução da manobra de Mendelsohn em portadores de Doença de Machado-Joseph (DMJ), com disfagia alta. CASUÍSTICA: participaram deste estudo 20 indivíduos sem queixas quanto à deglutição e 20 disfágicos, portadores de DMJ, que se equiparavam em termos de distribuição de sexos e média de idade, tinham cognitivo preservado, e foram separados em grupos: A e C, de disfágicos, e B e D, de controles. MÉTODOS: todos foram submetidos a anamnese dirigida, avaliação clínica da deglutição e a eletromiografia para verificação do tempo de sustentação da elevação da laringe, repetida depois de treinamento para correta execução da manobra de Mendelsohn, feito com (grupos A e B) ou sem (grupos C e D) a utilização do biofeedback eletromiográfico.Dificuldades relacionadas à realização da MM foram observadas diretamente e relatadas em resposta a questionário. RESULTADOS: a comparação dos disfágicos com os controles não evidenciou diferenças marcantes quanto à avaliação clínica da fase oral da deglutição, pois os doentes demonstravam apenas déficits quanto a protrusão, retração e tônus da língua. Entretanto, quanto à fase faríngea, mostraramse diferenças mais significativas, com os disfágicos apresentando, à deglutição de líquidos e sólidos, estase faríngea, acompanhada de tosse e/ou engasgo e penetração e/ou aspiração, alterações ausentes nos controles. Houve significante aumento do tempo de sustentação da elevação da laringe, de controles e pacientes, à deglutição de saliva, durante a realização da manobra de Mendelsohn, após o treinamento, principalmente se conduzido com suporte de biofeedback eletromiográfico. O mesmo ocorreu com a deglutição de iogurte, pastoso, consistência preferida pelos pacientes. Os pacientes do grupo A chegaram a atingir o mesmo desempenho que seus controles (grupo B), à realização da MM. À observação direta de dificuldades encontradas durante a realização da manobra, notou-se dificuldade para sustentar a elevação da laringe. Quando os indivíduos foram inquiridos a respeito, destacou-se dificuldade de entendimento da MM. De significante, extraiu-se, à observação direta e ao inquérito, que os pacientes têm mais expressivas dificuldades de controle respiratório durante a realização da MM do que os controles. CONCLUSÕES: 1. o treinamento orientado, verbal e gestual, para a correta execução da MM, é capaz, por si só, de aumentar o tempo de sustentação da elevação da laringe em portadores de DMJ e controles; 2. o biofeedback eletromiográfico agrega valor ao treinamento, promovendo ainda maior tempo de sustentação da elevação da laringe, à execução da MM, em portadores de DMJ, que atingem índices semelhantes aos dos controles, na deglutição de saliva e de pastoso; 3. os portadores de DMJ apresentam freqüentemente dificuldade de controle respiratório, sem repercussão clínica, durante a aplicação da MM.