Efeitos da alocação de pessoal e da carga de trabalho de enfermagem nos resultados da assistência em unidades de internação médico-cirúrgicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Krokoscz, Daniella Vianna Correa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-20062007-102806/
Resumo: Estudo quantitativo, transversal, prospectivo, realizado com o objetivo de analisar os efeitos da alocação de pessoal e da carga de trabalho de enfermagem nos resultados da assistência em duas unidades de internação (UIs) médico-cirúrgicas, com 20 e 15 leitos cada, denominadas respectivamente UI-A e UI-B, de um hospital do município de São Paulo. Utilizou-se uma metodologia capaz de abranger 87% da variação dos cuidados requeridos pelos pacientes, composta por itens que incluem a dimensão biológica e psicossocial do cuidado: o Patient Focused Solutions/Workload Measurement-Inpatient Methodology (PFS/WM-IM). Foram considerados indicadores de resultado: queda, erro de medicação, retirada não programada de sondas, cateteres ou drenos, úlcera por pressão (UP), infecção urinária (ITU) e pneumonia desenvolvidas durante a internação hospitalar. Os dados foram obtidos dos prontuários e dos registros da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, além da escala diária de pessoal de enfermagem. Após 47 dias consecutivos de coleta de dados, a amostra final foi composta por 387 pacientes - 218 na UI-A e 169 na UI-B. Com distribuição eqüitativa de pacientes do gênero masculino e feminino, predominaram os idosos com 61 anos ou mais (38,5% na UI-A e 36,1% na UI-B), submetidos a tratamento cirúrgico eletivo (62,8% na UI-A e 56,8% na UI-B) e média de internação de 6,0 (+-25,1) dias na UI-A e de 4,6 (+-7,2) dias na UI-B. A maioria dos pacientes da UI-A foi proveniente da residência (52,3%); na UI-B do pronto atendimento (47,3%), seguido pela residência (37,3%). Após a alta, 85,3% dos pacientes da UI-A e 87,6% da UI-B retornaram à residência. Com relação à ocorrência de eventos adversos (EAs), na UI-A, 14 pacientes (6,4%) sofreram 23 EAs (9, 3 e 2 pacientes foram vítimas de 1, 2 e 4 eventos, respectivamente, sendo 13 retiradas não programadas de sondas, cateteres ou drenos, 8 erros de medicação, 1 UP e 1 ITU). Na UI-B 12 pacientes (7,1%) sofreram 13 EAs, ou seja, 11 pacientes sofreram 1 EA e 1 foi vítima de 2 EAs, sendo 10 erros de medicação, 2 retiradas não programadas de sondas, cateteres ou drenos e 1UP. Os pacientes foram classificados predominantemente nas categorias 1, 2 e 3 (baixa e intermediária complexidade), alocados em unidades adequadas para o cuidado requerido – as unidades de internação. Havia em média 1 enfermeiro para cada unidade e cada auxiliar de enfermagem cuidou de, no máximo, 5 pacientes. A média de horas de enfermagem disponível foi maior do que o recomendado pelo PFS/WM-IM, respectivamente 7 e 5,8 h na UI-A e 6,2 e 4,9h na UI-B (p<0,001). No período analisado, apesar do excedente de pessoal de enfermagem nas UIs A e B, houve ocorrência de EAs. Os resultados deste estudo se contrapõem, portanto, às solicitações freqüentes de enfermeiros por maior quantidade de pessoal e apontam para a necessidade de novas investigações que complementem as análises realizadas, não só para as UIs médico-cirúrgicas, mas para todas as unidades do hospital