Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Poltronieri, Mairy Jussara de Almeida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-03102006-090619/
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Resumo: |
Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, descritivo, prospectivo, que teve como objetivos comparar o volume de dieta enteral prescrito com o administrado aos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI); comparar as necessidades calóricas diárias (NCD) dos pacientes com as necessidades calóricas prescritas (NCP) e as administradas (NCA); identificar os motivos e os fatores associados a não administração do volume da dieta enteral prescrita aos pacientes. O estudo foi realizado no período de 21 de agosto a 21 de novembro de 2005, em duas UTIs gerais de um hospital privado do Município de São Paulo. A coleta dos dados foi feita diariamente por meio de informações contidas no prontuário e na folha de controle da Unidade. Para a análise dos dados, utilizou-se a estatística descritiva para caracterizar a amostra de pacientes, a dieta enteral e os motivos da não administração do volume prescrito. A comparação das médias do volume prescrito com o administrado, assim como das médias das NCD com as NCP e as NCA foram feitas com o teste t-Student para amostras pareadas. Para as comparações, segundo faixas de volumes e calorias foi utilizado o índice Kappa. Valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significantes. O método de regressão logística aplicado para verificar os fatores associados à não administração da dieta enteral foi o Stepwise forward que incorporou ao modelo as variáveis que apresentaram significância estatística (p<0,05) ou tendência à significância estatística (0,05<p<0.10). A amostra foi constituída por 61 pacientes, sendo realizados 636 acompanhamentos diários da administração da dieta enteral. Do total de pacientes, observou-se que, em algum momento do acompanhamento, 72,1% não receberam o volume prescrito. O tempo decorrido entre a internação na UTI e o início da TNE foi, em média, de 2,5 dias. Das avaliações feitas (n=636), a maioria das dietas (57,6%) eram especializadas e foram administradas por meio de sondas enterais posicionadas no estômago (56,9%). Dos 604 acompanhamentos em que houve prescrição médica de dieta, em 30,2% houve pausa na administração (duração média de 6,1 horas), durante o período programado para a infusão da dieta e em 23,6% a administração foi contínua em razão do uso de bomba de insulina. Constatou-se que, em média, o volume de dieta administrado, 1118,8 ± 400,4 ml, foi menor do que o prescrito, 1257,2 ± 306,9 ml (p=0,000). A análise comparativa das NCD com as NCP e NCA mostrou evidência estatística (p=0,000) que permite afirmar que tanto as NCP como as NCA, foram, em média, menores do que as NCD dos pacientes. NCA (1164,8 ± 508,2) foram menores do que as NCD (1797,1± 292,7calorias) requeridas pelos pacientes. 59,0% dos pacientes conseguiram atingir pelo menos 80,0% das NCD, em média com 4,8 dias de TNE. A comparação dos valores classificados por faixas mostrou moderada concordância entre os volumes prescritos e administrados (Kappa=0,614) e baixa concordância entre as NCD e NCP (Kappa=0,191) e NCD e NCA (Kappa=0,100). De um total de 308 motivos que levaram a não administração do volume prescrito (1,06 motivos por acompanhamento) o cálculo errado da velocidade de infusão pela equipe de enfermagem foi predominante (20,8%), seguido pela realização de exames diagnósticos ou terapêuticos e procedimentos cirúrgicos (14,9%). Do total de motivos, 70,6% eram evitáveis. Os fatores associados a não administração do volume de dieta enteral prescrito foram a idade (diminuição de 7% do risco a cada ano acrescentado à idade), a velocidade de infusão (diminuição de 4% do risco a cada ponto de aumento da velocidade) e necessidade calórica diária (aumento de 0,4% da chance a cada unidade calórica requerida pelo paciente). Os resultados apontam para a necessidade de um maior número de estudos que investiguem os eventos adversos relacionados à administração da dieta enteral com vistas a assegurar o atendimento das reais necessidades nutricionais dos pacientes graves internados na UTI. |