Eventos adversos e carga de trabalho de enfermagem em pacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoiéticas: estudo de coorte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Juliana Bastoni da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-21072015-112829/
Resumo: Introdução: No paciente submetido ao transplante de células tronco-hematopoiéticas (TCTH), os eventos adversos (EA) representam ocorrência relevante, porém inerente ao procedimento. Tais EA interferem no status clínico do paciente e, possivelmente, na carga de trabalho de enfermagem. Objetivo: Avaliar a relação entre ocorrência de EA e a carga de trabalho de enfermagem demandada por pacientes submetidos ao TCTH. Método: Coorte prospectiva realizada com pacientes internados na unidade de TCTH do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas. A amostra foi composta por 62 pacientes; os dados foram obtidos pela análise diária dos prontuários. A variável dependente foi carga de trabalho de enfermagem, mensurada pelo Nursing Activities Score (NAS), e as variáveis independentes foram as demográfico-clínicas, dentre as quais a ocorrência e gravidade de EA, que foram identificados e classificados de acordo com Common Terminology Criteria for Adverse Events. Na análise dos dados utilizaram-se os testes Qui-quadrado ou Exato de Fisher, os não-paramétricos Mann-Whitney e Kruskal-Wallis e o coeficiente de correlação de Spearman. Para estudar as relações entre a variável NAS e as variáveis independentes foram construídos modelos de regressão linear múltipla. Resultados: Verificou-se incidência de 100% de EA relativos a investigações laboratoriais, trato-gastrointestinal e sistema sanguíneo e linfático nos grupos de TCTH autólogo e alogênico. A incidência dos EA vasculares foi de 100% no grupo de alogênicos e, no de autólogos, estiveram presentes desde o início do tratamento, o que implicou em inexistência de casos novos. Os pacientes de TCTH alogênico apresentaram em média, na fase do condicionamento (CT) e infusão (IF), maior número de EA nas seguintes categorias: gerais e sítio de administração (p=0,0047), investigações laboratoriais (p=0,0061), nutrição e metabolismo (p=0,0280), sistema nervoso (p=0,0080), vasculares (p=0,0442) e no sistema sanguíneo e linfático (CT: p=0,0062; IF: p=0,0020). Na IF pacientes de TCTH autólogo apresentaram maior número médio de EA relacionados ao sistema renal e vias urinárias (p=0,0003). Na fase pós-TCTH (PT) não houve diferença estatística significante entre os grupos quanto ao número médio de EA. Em relação à gravidade dos EA, nas fases de CT e IF os pacientes de TCTH alogênico apresentaram EA de maior gravidade relacionados às investigações laboratoriais (CT: p=0,0091; IF: p=0,0427) e ao sistema sanguíneo e linfático (CT: p=0,0088; IF: p=0,0100). Na fase PT o grupo de pacientes de TCTH autólogo apresentou maior gravidade nos EA relativos a: investigações laboratoriais (p=0,0156), nutrição e metabolismo (p=0,0118), sistema nervoso (p=0,0491); no período PT os pacientes de TCTH autólogo apresentaram maior gravidade (SAPS II p=0,0004). A média da carga de trabalho de enfermagem foi de 67,3% (DP 8,2) para os pacientes de TCTH autólogo e de 72,4% (DP 13,0) para os de TCTH alogênico (p=0,1380). Foram considerados fatores associados à carga de trabalho de enfermagem a condição de saída do paciente (p=0,0005; R2=0,19) e a gravidade dos EA relativos a investigações laboratoriais (p=0,0008) e vasculares (p=0,0002), gerando, em conjunto, um R2=0,37. Conclusão: EA contribuem para o aumento da carga de trabalho de enfermagem em TCTH, que precisa ser reavaliada para garantir uma assistência segura ao paciente.