Validade e confiabilidade do peso, estatura e IMC auto-referidos obtidos em entrevistas telefônicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Lucca, Alessandra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
BMI
IMC
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-07052021-095946/
Resumo: Introdução - O peso e a estatura auto-referidos são amplamente utilizados em estudos epidemiológicos, principalmente por favorecer a economia de recursos e a simplificação do trabalho de campo, no entanto, apesar de mais convenientes do que as medidas diretas, estas medidas podem ser inacuradas. Objetivo - Avaliar a validade e confiabilidade do peso, estatura e IMC auto-referidos obtidos por entrevista telefônica e investigar os fatores associados com a validade das medidas antropométricas referidas. Métodos - Estudou-se 726 adultos residentes na área metropolitana de São Paulo, participantes de um estudo multicêntrico cuja amostra era representativa da população adulta com 40 ou mais anos de idade. O peso e estatura auto-referidos foram coletados por entrevista telefônica e as aferições foram realizadas até 14 dias após esta entrevista. Para avaliar as diferenças nos parâmetros aferidos e referidos, utilizou-se o teste t pareado de Student, gráficos de Bland e Altman (1986), coeficiente de correlação intraclasse (CCIC) e coeficiente de correlação de concordância (CCC) de Lin (1989). Estimaram-se a sensibilidade e a especificidade das várias categorias do IMC e equações de predição para o peso e estatura aferidos. Resultados - Houve tendência de superestimação da estatura em ambos os sexos, subestimação do peso no caso das mulheres e superestimação no caso dos homens. A sensibilidade (71 %) e especificidade (96%) do diagnóstico de obesidade foram altas. O peso e o IMC referidos apresentaram boa concordância quando comparados às suas respectivas aferições (CCC=0,94 para peso e CCC=0,86 para IMC); a estatura autoreferida, entretanto, mostrou-se menos confiável (CCC=0,75 para homens e CCC=0,60 para mulheres). Os modelos de regressão apresentaram desempenho apenas razoável quando aplicados em população diferente daquela que gerou os modelos (Pró-Saúde). Porém, as equações preditivas desenvolvidas em metade da amostra (PLATINO), quando aplicadas no restante da amostra, foram úteis em aproximar a prevalência de obesidade referida da real prevalência de obesidade, bem como em melhorar a sensibilidade do diagnóstico de obesidade. Conclusões - A obtenção da informação do peso e estatura por entrevista telefônica é um método válido para estimar a prevalência da obesidade nesta população. Entretanto, devido aos vieses sistemáticos encontrados, o pesquisador deve estar ciente da necessidade de corrigir estes erros e, se possível, testar equações de calibração em subamostra da população a ser estudada.