Políticas públicas: lazer e turismo como instrumento de inserção social de travestis e transexuais em vulnerabilidade social 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Kishigami, Flavio Daiji
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100140/tde-10012020-173305/
Resumo: Em São Paulo, durante a gestão do prefeito Fernando Haddad (2013-1016), foram criadas algumas políticas públicas voltadas para atender travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social. Essas mulheres travestis e transexuais possuem uma narrativa histórica construída de forma violenta e permeada pela exclusão que muitas vezes se inicia ainda na infância pela expulsão de casa pelos pais, não tendo acesso à educação formal, saúde e lazer. Como consequência, a prostituição de rua torna-se uma das poucas alternativas de sobrevivência. É muito comum dentro desse contexto de marginalidade, o consumo e o vício de drogas lícitas e ilícitas. Em 2016, surgiu o abrigo Centro de Acolhida Especial (CAE) Florescer, que, além do acolhimento, moradia e alimentação, se utiliza de atividades de lazer e turismo, sob uma perspectiva social e de uma ação educacional não-formal, tornando as práticas em uma ferramenta de inserção social, promovendo inúmeras intervenções e saídas que podem ocorrer também através de parcerias com outras políticas públicas, voluntariado ou até mesmo com a iniciativa privada. Atividades culturais, passeios por espaços de lazer e turismo na cidade, festas e eventos sediados no próprio ambiente do centro de acolhida são algumas das opções oferecidas para as mulheres abrigadas. Para compreendê-la, adotou-se uma metodologia qualitativa, de caráter exploratório, utilizando-se de pesquisa bibliográfica, documental e empírica, empregando como instrumentos de coleta o campo de observação, a entrevista semiestruturada e a entrevista centrada. Como proposta, este estudo identificou que e como as ações de lazer e turismo podem se tornar um dispositivo de inclusão social de um grupo tão marginalizado. Como resultado, constatou-se que essas vivências propiciam interações entre as atendidas com os espaços da cidade e com pessoas fora do universo da prostituição travesti. Essas interações causam estranhamento, podem gerar desconforto e conflitos, mas isso resulta em uma movimentação afetiva e experimentações e nesse processo, o efeito é a construção de uma autoestima e a sensação de pertencimento ao espaço da cidade e a sociedade, que é o princípio da consciência cidadã e que concebe uma perspectiva de um futuro, instigando a busca pelo estudo e emprego formal e a autonomia financeira