Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Tobias, Marcia Carneiro
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Orientador(a): |
Ornat, Marcio Jose
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Banca de defesa: |
Guimarães, Raul Borges
,
Silva, Joseli Maria
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação Mestrado em Gestão do Território
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Departamento: |
Departamento de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3919
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Resumo: |
A presente reflexão tem como objetivo evidenciar as vivências espaciais que o grupo de travestis e transexuais experienciaram nos espaços de saúde, na cidade de Ponta Grossa – Paraná. São dois grupos que através de suas práticas cotidianas desestabilizam um mundo organizado entre homens e mulheres, questionando e propondo novas configurações entre sexo, gênero, e desejo. Sob essa perspectiva os sujeitos que não correspondem aos padrões estabelecidos são considerados desviantes, doentes e outros tantos qualificativos criados para classificar esses grupos. O grupo de travestis e transexuais desafiam a ordem binária através de suas corporeidades, em busca de garantir espaço dentro da sociedade. Nesta pesquisa, os sujeitos entrevistados são referenciados como ‘as travestis’ e ‘as transexuais’, por se identificarem como pessoas do sexo feminino, e que em sua maioria, estavam envolvidas com a atividade da prostituição. As espacialidades vivenciadas e retiradas de seus depoimentos, são importantes para a fundamentação como grupos e na sua essência como individuais. O espaço é aberto e em constante movimento, construído a partir de novas relações, orientando escolhas e reinvidicando respeito às diferentes identidades. Após a análise das entrevistas realizadas com 16 travestis e transexuais, detectamos 467 evocações referentes às relações estabelecidas em diferentes espacialidades, como o território da prostituição, às ONG’s, trabalho, universidade, casa, e o foco desta reflexão, as relações com a espacialidade da saúde. A proposição de políticas de saúde para grupos específicos gera polêmica por ser, a princípio, antagônica à universalidade preconizada constitucionalmente aos direitos sociais, dentre os quais o direito à saúde. A saúde, enquanto direito de todos e dever do Estado, na realidade brasileira é na prática ilusória. Na proposta de combater com as iniquidades, revertendo quadros de exclusão e violação dos direitos humanos fundamentais, traz a necessidade de focalização de ações e políticas específicas para a efetivação do princípio da universalidade a todos os cidadãos. Umas das ações mais direcionada a essa questão, é a Política Nacional de Saúde Integral LGBT - Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, que visa implementar ações no período entre os anos de 2012 a 2015, com metas ao enfrentamento da discriminação e redução das desigualdades relacionadas a saúde destes grupos. Contudo, a espacialidade de atendimento de Saúde coloca-se enquanto heterossexualizada. A partir de entrevistas, fora evidenciado que a espacialidade da Saúde apresenta-se interditada a vivência destas, interdição estruturada segundo relações que constrangem espacialmente a existência de um atendimento de respeito a vida e as diferenças. Problematizar a relação entre espacialidade da saúde e a vivência trans produz tanto subsídios para a efetivação de políticas públicas já existentes, quanto produz uma Geografia emancipatória. |