\"Viver em comunidade não é tão ruim assim\": experiências de participação comunitária e enraizamento no residencial Jardim Bassoli do Programa Minha Casa Minha Vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Müller, Clarissa Borges
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-03122021-161501/
Resumo: Esta dissertação teve como objetivo investigar os fenômenos do desenraizamento e a luta por enraizamento ligados ao funcionamento do programa público de financiamento de moradias, no caso, o Programa Minha Casa Minha vida (PMCMV). A partir da atuação como mobilizadora social em projeto de desenvolvimento comunitário no residencial Jardim Bassoli, construído pelo PMCMV, surgiram questionamentos como: Quais serão os impactos das experiências de participação comunitária na relação das moradoras entre si e com o residencial? Quais as motivações das moradoras para participar de ações coletivas e permanecerem envolvidas em projetos e atividades comunitárias ao longo do tempo? Busquei responder a essas perguntas sistematizando minha experiência profissional no residencial e entrevistando em profundidade, com um roteiro semi-estruturado, cinco moradoras do Jardim Bassoli. Com o aporte teórico da Psicologia Social Comunitária e apoio de estudiosas do direito à cidade, estruturei a pesquisa empírica e realizei a análise dos dados coletados. Pude perceber com a pesquisa de campo que a saída abrupta da antiga moradia, a chegada no residencial, distante da centralidade e com diversos problemas estruturais, e os episódios de humilhação social vividos pelas moradoras são fatores que contribuíram para o desenraizamento. Em contrapartida, por meio dos depoimentos das moradoras, é possível afirmar que o engajamento em atividades comunitárias - como mutirões nas áreas de lazer do residencial, oficinas de artesanato e eventos culturais, atuou de forma significativa no enraizamento e na construção do sentido de comunidade como espaço de convivência, onde sofrimentos políticos são elaborados e um horizonte futuro de transformação social é vislumbrado