Ações do agente comunitário de saúde na perspectiva da prática interprofissional colaborativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vieira, Milene Pires de Moraes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7140/tde-09122019-141018/
Resumo: O Agente Comunitário em Saúde (ACS) integra a equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF), considerada modelo prioritário de (re) organização da Atenção Primária em Saúde (APS) no contexto brasileiro. O ACS desenvolve suas atribuições por meio do acompanhamento de famílias adscritas a um território (microárea), realizando visitas domiciliares,de ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e de vigilância à saúde. O ACS está inserido no contexto da prática interprofissional colaborativa da equipe, compreendida como necessidade da colaboração de diferentes profissionais, em diferentes serviços, trabalhando em uma única direção, a fim de oferecer melhoria e qualidade no acesso aos serviços de saúde. Para fortalecer a prática interprofissional colaborativa das equipes, uma das etapas fundamentais é a identificação das competências específicas de cada profissional e uma etapa que antecede a construção das competências é a identificação das ações profissionais. Objetivo: Analisar as ações específicas do ACS na perspectiva da prática interprofissional colaborativa. Metodologia: A pesquisa utilizou dados secundários provenientes de uma investigação com abordagem quantitativa, que mapeou as ações dos profissionais que compõem as equipes da ESF no Brasil, por meio de uma análise documental para identificar as ações específicas de cada profissional da equipe da ESF. Para análise desse material secundário foram utilizados os referenciais de competência conforme definição de Zarifian (2003) e a tipologia de competências específicas, comuns e colaborativas, definidas por Barr (1998). Os resultados compõem um conjunto de ações específicas dos ACS organizadas em oito eixos, sendo eles: recuperação da saúde, promoção da saúde, prevenção, permanente, educação, documentação, gestão do cuidado, gestão do processo de trabalho e serviços e pesquisa e formação. Resultados: Foram analisadas 97 ações dos ACS classificadas em: recuperação de saúde (12), promoção da saúde (18), prevenção (26), educação permanente e educação continuada (0), documentação (14), gestão do cuidado (16), gestão do processo de trabalho e serviços(11), pesquisa e formação (0). Houve predomínio das ações relacionadas ao eixo de prevenção de doenças, seguidas pelas ações de promoção de saúde, gestão do cuidado e documentação. Destaca-se a ausência de ações relacionadas a pesquisa e formação. Quando comparadas à nova Política de Atenção Básica (PNAB), observa-se que há um redirecionamento das ações dos ACS, cada vez mais voltadas para questões burocráticas no interior das unidades e à ações assistenciais, relacionadas ao eixo recuperação da saúde, o que pode comprometer a proposta da ESF, pautada na integralidade e na longitudinalidade do cuidado. Há ainda preocupação com relação à limitação das visitas domiciliares pelo ACS, distanciando-se do papel estratégico da ESF relacionado à aproximação e inserção no território. Considerações Finais: Embora os documentos analisados tragam predominantemente as ações de prevenção, promoção e gestão do cuidado, com as mudanças no cenário da Atenção Primária em Saúde, por meio da nova PNAB, há um deslocamento das ações do ACS para atividades assistenciais e burocráticas. Estudos como este podem ajudar no sentido da clarificação dos papéis profissionais no contexto da prática interprofissional colaborativa.