Modelos experimentais para o estudo do transtorno obsessivo compulsivo: perspectivas e limitações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Raminelli, Adrieli Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17134/tde-10052021-142439/
Resumo: O transtorno obsessivo compulsivo (TOC) é caracterizado por obsessões e/ou compulsões, que acometem cerca de 2 a 3% da população geral. Apesar do TOC ser um transtorno bastante conhecido, sua etiologia continua a ser questionada. Dentre as obsessões e comportamentos compulsivos mais comuns estão o medo excessivo de contaminação e a limpeza excessiva. O indivíduo com TOC realiza rituais a fim de minimizar a ansiedade que as obsessões causam. Contudo, na maioria dos casos, isso torna-se um ciclo difícil de ser interrompido. Além disso, foi descrito que eventos estressantes podem estar relacionados à gravidade dos sintomas obsessivos-compulsivos, e inclusive anteceder o TOC. Neste contexto, na tentativa de compreender o que influencia e causa os sintomas obsessivos-compulsivos, o uso de modelos animais com o objetivo de mimetizar doenças observadas em humanos, tem se tornado cada vez mais comuns. Estudos demonstraram que a autolimpeza (grooming), comportamento inato dos animais, está envolvido na manutenção de processos fisiológicos. Entretanto, o mesmo pode ser modificado a ponto de tornar-se patológico. Este comportamento pode ser alterado através de drogas e neuropeptídios como a ocitocina (OT). A OT é sintetizada nos núcleos paraventriculares (PVN) e supraópticos do hipotálamo (SON) e pode estar envolvida em funções neuroendócrinas como a lactação e a contração uterina. Estudos apontaram que a microinjeção de OT no núcleo central da amígdala (CeA) de ratos machos Wistar e aqueles da linhagem Wistar Audiogenic Rat (WAR), modelo genético de epilepsia, induziu o comportamento de limpeza exacerbada ou hypergrooming em roedores. Além da OT, existem outros modelos farmacológicos e genéticos que também induzem comportamentos repetitivos com a finalidade de compreender os comportamentos observados em pacientes com TOC. Os modelos animais têm sido utilizados a fim de verificar semelhanças entre estruturas cerebrais, neurotransmissores, e aspectos moleculares que sejam comuns a animais de experimentação e humanos, o que possibilitem a descoberta de possíveis causas para a fisiopatologia do TOC. Contudo, o desafio está em produzir um modelo animal que atenda a três requisitos: validade de face, validade de constructo e validade preditiva. Logo, estudos consideram que ainda não exista modelo animal capaz de modelar completamente patologias humanas, porém, pesquisas pré-clínicas são indispensáveis para o conhecimento de doenças e de seus tratamentos. Logo, o objetivo desse estudo é analisar diferentes modelos animais utilizados no estudo do TOC, e verificar quais são as vantagens e as limitações que eles apresentam.