O comprar compulsivo e suas relações com transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno afetivo bipolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Filomensky, Tatiana Zambrano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-12012012-165404/
Resumo: A Compra Compulsiva (CC) está atualmente classificada como um transtorno do controle dos impulsos não classificados em outro local (TCI). A prevalência das CC é estimada em cerca de 5% da população geral e é identificada com maior frequência no gênero feminino. O comportamento repetitivo e crônico do comportamento de gastar descontroladamente gera consequênias negativas ao indivíduo, além dos elevados índices de comorbidades com transtorno de humos, ansiedade e outros TCIs, o que contribui para manter a divergência existente sobre a classificação da CC. Tem sido proposto que CC deve ser classificada como um TCI, ou como uma sub-síndrome do transtorno afetivo bipolar (TAB), ou ainda como uma variante do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) semelhante ao armazenamento compulsivo. O objetivo deste estudo é investigar qual classificação pode ser mais adequada para a CC. Para isso, adotamos duas abordagens: a primeira abordagem é a investigação das categorias diagnósticas para identificar as comorbidades psiquiátricas; a segunda abordagem refere-se as dimensões psicopatológicas em que comparamos impulsividade, sintomas obsessivo-compulsivos, instabilidade afetiva e armazenamento em pacientes com CC, TOC e TAB. Foram selecionados 80 pacientes (24 CC, 35 TOC e 21 TAB que não estivessem em mania nem hipomania) primeiramente foram avaliados de acordo com o SCID-CV e da seção especial para TCI e depois responderam os questionários de autopreenchimento. Realizamos duas análises: categorial e dimensional. Na análise categorial houve um equilibrio de associação entre os três grupos diagnósticos, e as comorbidades psiquiátricas apresentadas pelos três grupos diagnósticos foram congruentes com as descritas na literatura. Na análise dimensional os pacientes de CC apresentaram escores significativamente mais altos em todas as medidas de impulsividade e na aquisição, mas não nas outras sub-dimensões do armazenamento compulsivo, amontoamento e dificuldade em descartar. Pacientes bipolares pontuaram mais na dimensão mania da escala SCI-MOODS. Pacientes com TOC pontuaram mais nos sintomas obsessivo-compulsivos, e principalmente nas dimensões contaminação/lavagem e checagem da escala Pádua Inventory; no entanto, eles não apresentaram maior pontuação em nenhuma dimensão do armazenamento compulsivo. Um modelo discriminante foi construído com essas variáveis e classificou corretamente os pacientes de CC (79%), TOC (77%) e TAB (71%). Considerando os resultados da análise categorial cada um dos transtornos apresentou uma agregação categorial distinta, e na análise dimensional os pacientes com CC revelaram ter aquisição impulsiva, assemelhando-se aos TCI ao invés de TOC ou TAB. Sintomas maníacos foram bem distintos nos pacientes bipolares, assim como pacientes com TOC apresentaram mais obsessão e compulsão. Sintomas de armazenamento com exceção da aquisição não foram particularmente associados a qualquer grupo diagnóstico