Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Barreto, Glaucia Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-28032017-081002/
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Resumo: |
Ilhabela, localizada no litoral norte do Estado de São Paulo, está inserida na Província Mantiqueira, no contexto geotectônico da Faixa Ribeira Central (CRB). Em contexto local, Ilhabela e as áreas continentais adjacentes são designadas de Domínio Costeiro. Ilhabela é um fragmento continental cujo embasamento precambriano é constituído por uma estreita faixa, a oeste, de direção NE (~2 km) de gnaisses migmatíticos milonitizados correlatos aos litotipos do Complexo Costeiro. À leste aflora a unidade mais expressiva do embasamento, representada pelo Batólito Ilhabela. Diques máficos, três stocks alcalinos, gabros estratificados e diques traquíticos são unidades mesozoicas intrusivas nas rochas precambrianas. A unidade metamórfica é constituída por ortognaisses grossos ricos em veios leucocráticos, com intercalações de biotita gnaisses mesocráticos, gnaisses bandados e rochas calciossilicáticas. Ocorrem ainda lentes de granitos leucocráticos miloníticos e gnaisses leucocráticos. Esses gnaisses apresentam caráter sódico com altos teores de SiO2, características de rochas do tipo TTG. O terreno gnáissico migmatítico encontra-se intensamente deformado, com foliação milonítica de direção NE mergulho para NW e dobras intrafoliais com flancos rompidos e espessamento de charneira. O Batólito Ilhabela, intrusivo nas unidades gnáissicas, é representado por granitoides porfiríticos foliados. Foi subdividido em cinco facies graníticas, classificadas como (i) Granodiorito porfirítico com hornblenda, (ii) Granodiorito porfirítico rico em encraves, (iii) Granito porfirítico esverdeado, (iv) Granito porfirítico com granada e (v) Granodiorito com granada rico em fenocristais. Ocorrem ainda, de maneira pouco expressiva, monzonitos, leucogranitos e o Granodiorito Castelhanos. Similaridades estruturais e petrográficas dos granitos estudados aponta para processos batolíticos de diferenciações com efeitos diferentes em níveis crustais distintos. Com base em dados petrográficos e geoquímicos foi possível identificar três fontes que contribuíram para a construção do Batólito Ilhabela: (i) magmas alcalinos do tipo-A, de possíveis derivações mantélicas, representado pelo Granito porfirítico esverdeado; (ii) magmas derivados de crosta média de tendências cálcio-alcalinas do tipo-I, resultando em granodioritos porfiríticos com hornblenda e; (iii) magmas de crosta superior a média, de tendências peraluminosas do tipo-S, que contribuíram para a geração do Granito porfirítico com granada. Foliação magmática paralela a subparalela à foliação milonítica regional de direção NE, mergulhos de alto ângulo para NW e zonas de concentração de deformação de estado sólido (com recristalização marginal dos feldspatos e subgrãos de quartzo com padrões de tabuleiro de xadrez) evidenciam o caráter sintectônico dos granitos estudados. Estruturas ígneas bem preservadas e a restrição das zonas miloníticas indicam que o posicionamento do batólito se deu em zonas de baixa deformação, mesmo que de altas temperaturas. Dessa forma, as zonas de cisalhamento seriam facilitadoras para processos de ascenção e mistura de magmas máficos e félsicos dada a dinâmica tectônica que paraleliza as estruturas magmáticas com as metamórficas miloníticas. Tendências geoquímicas anorogênicas (pós-colisionais) associadas à idade de ~570 Ma para o Batólito Ilhabela estão de acordo com o modelo proposto por Meira (2014), onde, num período entre 600-550 Ma, o Cinturão Ribeira Central estaria passando por descompressão associada a processos de colapso orogenético (colisão Orógeno Brasília - 650-600 Ma). |