Geologia estrutural, petrografia, geoquímica e geocronologia U-Pb do magmatismo granítico shoshonítico neoproterozóico pós-colisional sintectônico da zona de cisalhamento Major Gercino, região de Porto Belo, SC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Peruchi, Felipe Manfredini
Orientador(a): Bitencourt, Maria de Fatima Aparecida Saraiva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/193032
Resumo: No Cinturão Dom Feliciano, o magmatismo pós-colisional foi controlado principalmente pela tectônica transcorrente de zonas de cisalhamento que compõem o Cinturão de Cisalhamento Sul-brasileiro (CCSb). A Zona de Cisalhamento Major Gercino (ZCMG) constitui uma ramificação CCSb no estado de Santa Catarina O estabelecimento do Complexo Granítico Estaleiro (CGE), na região de Porto Belo, marca o auge da movimentação sin-transcorrente da ZCMG. O CGE, unidade no qual este presente trabalho foi desenvolvido, é constituído pelo Granodiorito Estaleiro (GE), por uma quantidade expressiva de veios graníticos finos, e por volumes menores de corpos tabulares básicos a intermediários contemporâneos. Este trabalho apresenta e discute os resultados através de uma abordagem integrada de dados inéditos de geologia estrutural, petrografia, geoquímica de rocha total e geocronologia U-Pb em zircão, realizado para as rochas graníticas do CGE. O GE é representado por anfibólio biotita granodioritos e os veios graníticos finos incluem duas variedades petrográficas principais (biotita monzogranitos equigranulares a localmente porfiríticos com M’10-20 e sienogranitos equigranulares com M’4-7). Em direção as porções E e NE do GE, a trama magmática torna-se fortemente desenvolvida e evolui para uma trama milonítica. Os maiores volumes de ambos veios graníticos finos ocorrem principalmente nas porções miloníticas do GE. Nas porções indeformadas ou pouco deformadas os veios graníticos são ausentes. Em ambos GE e veios graníticos finos as foliações principais possuem strike NE para ENE e mergulham em alto ângulo ora para SE ora para NW. As lineações possuem baixo caimento ora para NE ora para SW. Análises meso e microestruturais indicam que o GE e os veios graníticos finos compartilharam a mesma cinemática transcorrente destral da ZCMG e uma evolução deformacional a partir de condições magmáticas até de estado sólido, sob temperaturas consistentes com fácies xistos-verdes superior à anfibolito médio. As novas idades de cristalização U-Pb em zircão via LA-MC-ICP-MS para o GE indeformado e milonítico são 612 ± 2 e 611 ± 3 Ma, respectivamente. Os padrões de herança das duas porções são similares, sendo predominantemente neoproterozoicas (~790, ~650 e ~630 Ma) e menos comumente meso- (1.2 and 1.1 Ga) e paleoproterozoicas (2.0 Ga). A afinidade shoshonítica de ambos GE e veios graníticos finos são indicados pelos seus altos conteúdos de Sr, Rb e Ba, pelos padrões de LREE e LILE, pelas razões FeOt/(FeOt+MgO) e pelo caráter predominantemente metaluminoso. Os padrões de elementos maiores, traços e REE sugerem que os veios 8 graníticos finos são derivados do GE por cristalização fracionada de anfibólio, biotita, zircão, alanita, apatita e titânita. Assinaturas geoquímicas semelhantes do CGE com outros granitoides shoshoníticos do sul do Brasil podem indicar fontes mantélicas comuns ou similares para estas rochas. Características geoquímicas e estruturais, juntamente com os padrões de herança fornecidos pelos zircões, podem sugerir que a tectônica transcorrente da ZCMG desempenhou um papel fundamental na ativação de fontes mantélicas capazes de originar magmas shoshoníticos, e de ter facilitado sua interação com fusões crustais.