Danos, flutuação da população, contrôle e comportamento de Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797) e suscetibilidade de diferentes genótipos de milho, em condições de campo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1970
Autor(a) principal: Carvalho, Ricardo Pereira Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-143656/
Resumo: No presente trabalho com Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) em milho procurou-se determinar em condições de campo: - a influência dos danos causados nas folhas pela praga na produtividade da cultura. – a flutuação de sua população através de armadilhas luminosas e a possibilidade de seu controle com esses aparelhos. – fontes de resistência à praga em raças, híbridos e variedades de milho, formando um germoplasma de 60 e 22 unidades em dois ensaios. – o número de lagartas nas folhas centrais, a forma e local de ataque das lagartas nas espigas e a influência da vegetação que margeia o milharal na infestação. Empregou se uma escala visual de notas variando de 0 a 5 conforme a intensidade dos danos, para avaliar a influência de S. frugiperda na produtividade do milho, a suscetibilidade relativa do germoplasma, a eficiência das armadilhas luminosas no contrôle da praga e a influência da vegetação na infestação. Na avaliação da influência da S. frugiperda na produtividade do milho utilizou-se de experimentos com plantas individuais às quais se atribui as notas da escala visual em diferentes estágios de desenvolvimento e de experimentos com parcelas com e sem aplicação de inseticidas em intervalos de 7, 14 e 21 dias, às quais corresponderam notas médias da escala visual. Nos ensaios com plantas individuais para o híbrido simples M.E. da Agroceres derivado de duas linhagens do tipo tuxpan ou dentado a comparação de plantas com notas 0 e 5 indicou que a redução na produtividade variou de 15,35 a 34,06%. Para a variedade Maya III a comparação de plantas com notas 1 e 2 com 4 e 5 indica uma redução de 21,34 a 28,01% e de plantas apresentando nota 0 com 5 uma redução de 29,08 a 33,81%. Para o híbrido H6999-B a redução foi 35,45% quando se comparou a produtividade de plantas com notas 0 e 5. A redução no peso das espigas produzidas varia em função do estágio de desenvolvimento das plantas, com os danos aumentando da época de desbaste à de florescimento. Nos ensaios com parcelas tratadas para o híbrido simples M.E. da Agroceres, o tratamento com média de notas igual a 4,13 apresentou uma redução em sua produtividade de 21,74, 21,55 e 16,75% em relação aos tratamentos com danos correspondentes às médias de notas 0,24, 1,22 e 2,50 respectivamente. Na variedade Maya III o tratamento com média de notas igual a 4,01 apresentou uma redução de produtividade de 23,17% em relação ao tratamento com média 0,31 e de 15,94% em relação aos tratamentos com danos correspondentes ás médias 0,31, 1,33 e 2,63. O ataque da S. frugiperda reduz o número de plantas produtivas por metro linear e consequentemente o número de espigas por unidade de área. Os resultados indicam que a S. frugiperda afeta de duas maneiras a produtividade do milho: impedindo o desenvolvimento de plantas com consequente formação de espigas e reduzindo o peso das espigas produzidas. O controle de S. frugiperda contribuirá para elevar a produção de milho, sendo indispensável em programas, que visam o aumento de produtividade desta gramínea. No estudo da flutuação de produção e controle empregou-se armadilhas luminosas modelo “Luiz de Queiroz” providas de lâmpadas fluorescentes ultravioleta modelo F15 T8/BL. Os fatores meteorológicos atuam sobre a população e captura da S. frugiperda, constantando-se correlação positiva entre o número de mariposas coletadas mensalmente no município de Mococa e temperatura e precipitação. Nos municípios de Mococa, Campinas, Piracicaba, Valinhos e Pindamonhangaba o período de maior ocorrência de S. frugiperda coincide com a época de cultivo do milho, indicando-o como hospedeiro mais favorável. Nos estudos de flutuação de população da praga as armadilhas luminosas permitirão a previsão de infestações, orientação de levantamentos com a escala visual de notas na avaliação dos danos e consequente opção sobre conveniência de tratamento fitossanitário. Nos ensaios de controle com armadilha utilizou-se um aparelho em cada. Para as duas armadilhas a análise estatística indicou efeito de tratamentos para os talhões situados a distância progressivas das armadilhas. O tratamento situado mais próximo das armadilhas apresentou danos correspondentes a uma maior média de notas em comparação com os tratamentos que o sucedem. Os tratamentos com danos correspondentes às notas mais baixas situam-se de 80 a 100 m das armadilhas luminosas. A regressão linear é significativa para os tratamentos e os danos correspondentes às notas observadas foram superiores às esperadas para os tratamentos situados até 200 m dos aparelhos. Apesar dos resultados indicarem efeito de tratamento às posições em relação as armadilhas, a diminuição da infestação não foi suficiente para eliminar os danos da praga no milho, pois as notas atribuídas aos danos na 2ª época mantiveram-se acima de 3. Os resultados permitem recomendar a utilização das armadilhas luminosas em projetos de controle integrado contra S. frugiperda. No estudo de suscetibilidade relativa do germoplasma de milho a escala visual de notas constitui-se num parâmetro de grande para detectar diferenças. O material mais suscetível apresentou danos aos quais correspondem médias de notas superiores a 1,90 e o menos suscetível com médias inferiores a 1,45. As raças destacaram-se como material mais suscetível à praga, com exceção às Nal-Tel e Antigua-Gr.2, sendo que esta última confirmou tendências apresentadas em observações, realizadas em outros países. As variedades apresentam suscetibilidade intermediária destacando-se Pipoca redonda e Maya 90-0p 2 como mais suscetíveis e Dente Paul., Maya V e Pontinha como mais resistentes. Os híbridos destacam-se como mais resistentes, sobressaindo-se Sementec 8H-75, Sementec 6T-42, Sementec 8H-117, IPA 1, IPA-10, Agr.203, Agr.22, Agr.23, Agr.102, H.D. IAS-2 e Save 190. No material mais resistente pode ocorrer resistência por não preferência para oviposição e alimentação de adultos e lagartas, respectivamente e antibiose às lagartas. Os genótipos não foram estudados para tolerância. Nas observações para verificação do número de lagartas no interior das fôlhas centrais, partiu-se de plantas apresentando obrigatoriamente uma lagarta com mais de 30 mm. Os resultados indicam que em 76,0% das observações além da lagarta obrigatória encontrou-se outras lagartas de menor tamanho, mas nunca duas com mais de 30 mm. As lagartas medindo até 10 mm apareceram em número variável de 1 a 12 e as com 10 a 25 mm de 1 a 6, ao lado de uma, com mais de 30 mm. As observações realizadas confirmam a ocorrência de canibalismo entre lagartas, porque das muitas de mesmo instar encontradas no interior das folhas centrais, apenas uma atinge o último instar. Em plantas no estágio de milho verde procurou-se determinar a forma e local de ataque da praga nas espigas. A S. frugiperda atacou 13,7% das espigas sendo que 85,4% ocorreu na parte basal e 14,6% na ponta, influindo na produtividade do milho pela destruição de parte da palha, grãos leitosos e sabugo, além de abrir caminho ao ataque de outras pragas e doenças. A margem do milharal ladeado por vegetação natural foi mais infestada por S. frugiperda, que o centro do milharal.