Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Morador, Natanailtom de Santana |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-05122024-172801/
|
Resumo: |
A investigação aqui proposta explicita a reflexão política de Michel de Montaigne (1533-1592). Na esteira de uma corrente interpretativa \"contextualista\" dos Ensaios, a nossa démarche considera o debate entre as correntes antagônicas do maquiavelismo e do antimaquiavelismo francês que marcou profundamente as obras da segunda metade do século XVI na França, período no qual os textos de Montaigne foram escritos. Nesse contexto de acirramento das guerras de religião e das disputas ideológicas em torno da recepção das obras de Nicolau Maquiavel, as questões relativas ao fundamento das leis e a legitimidade dos governos estão na ordem do dia. Em tal cenário, as respostas elaboradas pelos adeptos do maquiavelismo e do antimaquiavelismo permanecem, para Montaigne, aquém da magnitude dos problemas levantados. Assim, o ensaísta entende que os maquiavelistas se equivocaram ao fazer da raison d\'état o princípio da ação do governante; os antimaquiavelistas não menos, ao tentarem pensar o político a partir de categorias metafísicas – Deus, Natureza –, como faziam os autores da Antiguidade. Diante desse quadro, Montaigne se destaca por uma reflexão política oriunda da sua própria experiência – enquanto figura importante nas negociações públicas, representando a coroa francesa, e, posteriormente, como prefeito de Bordeaux. Deste modo, ele compreende que o fundamento das leis e da ordem civil não pode ancorar-se no arbítrio do governante, como pretendiam os maquiavelistas, tampouco em um fundamento externo à própria política, como defendiam os antimaquiavelistas. O fundamento do político, portanto, em Montaigne, deve ser pensado no terreno da própria prática política e a ela deve remeter-se. Por isso, concluirá nosso autor, o fundamento do político só poderiam ser os costumes, enquanto opiniões comuns que se cristalizam em crenças humanas |