Química do sabor de cervejas: detalhes moleculares de lúpulos (Humulus lupulus) cultivados no Brasil no processo cervejeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Durello, Renato da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/75/75135/tde-03072019-104531/
Resumo: Nesta pesquisa está sendo investigada, pela primeira vez, a composição química de lúpulos cultivados no Brasil para a produção de cervejas artesanais. Para isso, foram analisadas 10 amostras de lúpulos das variedades cascade, columbus, chinook e hallertauer, cultivados em diferentes regiões do Brasil (Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul). Quando foram comparadas as composições químicas dos lúpulos cultivados no Brasil com lúpulos comerciais produzidos em outros países, verificou-se que o lúpulo da variedade cascade produzido em Araxá - MG era o que apresentava maior similaridade ao produto comercial. O cascade nacional apresentou teores de humulonas e lupulonas de 4% e 3%, respectivamente. Quanto aos teores de óleo essencial, o cascade nacional apresentou um rendimento de 1,2 % (v/m). Os principais constituintes do óleo essencial deste lúpulo foram: mirceno (59%), 2-metilbutil isobutirato (0,7%), linalol (0,5%), β-cariofileno (4%), α-humuleno (15%) e α-farneseno (1%). Após esta triagem, o lúpulo cascade nacional foi utilizado para fabricação de uma cerveja artesanal, sendo que, em paralelo foi também fabricada uma cerveja artesanal com o lúpulo cascade comercial (controle), a fim de comparar o efeito da origem do lúpulo na composição química de voláteis e iso-humulonas nas cervejas produzidas. Além disso, também está sendo investigado o efeito da adição de uma enzima beta-glicosidase na liberação de terpenos provenientes do lúpulo nas cervejas fabricadas com o lúpulo cultivado no Brasil e com o lúpulo comercial. Para análise dos voláteis da cerveja foi otimizada, por metodologia de superfície de resposta, a etapa de extração dos voláteis empregando micro-extração em fase sólida de headspace (HS-SPME). As condições ótimas de extração foram: fibra CAR/DVB/PDMS, temperatura de extração de 75 °C por 121 minutos. As cervejas produzidas apresentaram diferenças na composição dos seus voláteis, e no aroma avaliado em uma degustação as cegas. Aquelas cervejas elaboradas com enzima apresentaram aromas mais intensos que as elaboradas sem enzima β-glicosidase, o que pode ser explicado pela maior quantidade de certos terpenos nestas cervejas, o que sugere a existência de terpenos glicosilados nos lúpulos empregados. Quanto aos teores de iso-humulonas nas cervejas, embora estes compostos foram quantificados nas quatro cervejas elaboradas, não foi possível comparar os resultados por um possível erro na etapa de lupulagem durante a elaboração das cervejas.