Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Baumgarten, Nicole Cristine |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-15102024-124133/
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Resumo: |
Os aplicativos de monitoramento do ciclo menstrual, ou menstruapps, têm sido descritos na bibliografia tanto pelo eixo da vigilância e controle, quanto pelo eixo do consumo. O presente estudo procura analisar os usos e efeitos sociais de um aplicativo específico, o Clue, considerando sobretudo a intersecção entre gênero e tecnologias digitais, mas também levando em consideração outros marcadores sociais da diferença como raça, classe, geração e escolaridade. Partindo de abordagem etnográfica, o presente trabalho visa analisar como códigos de gênero, corpo e subjetividades são produzidos e circulam a partir desta tecnologia. Os dados etnográficos foram coletados por vias digitais e por duas entradas principais. A primeira é o próprio aplicativo, me atentando para sua interface, funcionalidades, os tipos de informações coletadas a fim de compreender conceitualizações clássicas das ciências humanas, como governança e biopolítica e também conceitualizações mais recentes, como a dataficação de corpos, de relações e da experiência humana. Também considero textos públicos do aplicativo, disponíveis tanto nas mídias sociais da marca quanto no próprio site. Estes textos corroboram uma produção de discursos públicos sobre a menstruação. A segunda entrada no campo se dá por vinte entrevistas com usuárias do aplicativo, que ocorreram no ano de 2021, por chamadas de vídeo ou conversas por mensagem de texto. O contato e seleção das pessoas entrevistadas se deu via um formulário de elaboração própria, divulgado em mídias sociais selecionadas, para encontrar pessoas com disponibilidade para entrevistas. O formulário, por conter perguntas de cunho socioeconômico e de acesso à internet, também serviu de balizador para maior compreensão do perfil estudado. Uma vez que todas as entradas de campo foram realizadas por vias digitais, a pesquisa se alinha perspectiva bibliográfica de uma internet corporificada, incorporada e cotidiana. Também entendo a internet como algo constituído e constituinte da vida dos sujeitos estudados, compreendendo a existência de mútua afetação entre internet e sociedade e negando a oposição entre real e virtual. A partir deste material, a dissertação discute o mercado menstrual contemporâneo, políticas de dados, subjetividades digitais e tecnopolíticas de gênero, considerando que estão em jogo identidades políticas e complexas relações de poder, marcadas por profunda desigualdade entre sujeitos e corporações |