Extração dentária em pacientes com doença arterial coronariana em terapia antiplaquetária dual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Medeiros, Frederico Buhatem
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23141/tde-16042015-100208/
Resumo: A terapia antiplaquetária dual, cada vez mais tem sido utilizada como uma forma de abordagem terapêutica em pacientes com doença arterial coronariana (DAC), e principalmente em portadores de stents farmacológicos. Drogas antiplaquetárias, quando associadas, aumentam o risco de sangramento, isto faz com que muitos profissionais recomendem a suspensão da medicação antes de qualquer procedimento cirúrgico odontológico, entretanto, a suspensão desta terapia expõe os pacientes portadores de stent coronariano à riscos adversos de eventos trombóticos. Por consequência, permanece desafiador e controverso o manejo odontológico cirúrgico de pacientes coronariopatas em uso de terapia antiplaquetária dual. Diante disso, foi realizado uma pesquisa clínica com o objetivo de avaliar quantitativamente o sangramento trans-operatório de extração dentária de pacientes em uso de terapia antiplaquetária dual (AAS + clopidogrel). Este estudo caso-controle, incluiu 38 pacientes com DAC sob terapia antiplaquetária dual com AAS e clopidogrel (grupo de estudo = GE) e 35 pacientes com doença cardiovascular sem nenhum uso de medicação antiplaquetária (grupo controle = GC), ambos com indicação de extração dentária. No dia do procedimento cirúrgico, foi realizado exame de hemograma completo, coagulograma e agregação plaquetária por turbidimetria, utilizando agonistas de adrenalina, adenosina difosfato e ácido araquidônico, no GC e pelo Verifynow no GE, e no, trans-operatório mensurada a quantidade de sangramento por meio da coleta de sangue aspirado. O GE demonstrou um sangramento mais intenso do que o GC, estatisticamente significante, com média de quantidade de sangramento 1,0 e 0,6 ml/min, respectivamente. Métodos hemostáticos locais foram suficientes para controlar o sangramento e em nenhum dos casos houve episódios de hemorragia no trans e/ou pós-operatório. A agregação plaquetária, no GC, apresentou características de hipoagregabilidade, sendo estatisticamente significante apenas o efeito da adrenalina na quantidade de sangramento ocorrido durante o procedimento cirúrgico (p-valor 0,018). No GE, a agregação plaquetária não demonstrou resultados estatísticos significantes, no entanto, foram encontrados 11 (28,94%) pacientes considerados resistentes à terapia com ácido acetilsalicílico com valores de ARU entre 550 a 700 e 12 (31,57%) pacientes considerados não respondedores ao clopidogrel, com valores de PRU acima de 230. De acordo com os nossos resultados, pacientes portadores de DAC, em uso de terapia antiplaquetária dual, AAS + clopidogrel, apresentam maior quantidade de sangramento, mas que pode ser controlado com medidas hemostáticas locais, não sendo necessária a suspensão da terapia antiplaquetária para extração de até três dentes.