Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Franco, Juliana Bertoldi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23154/tde-24022021-175930/
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Resumo: |
A realização de procedimentos odontológicos cruentos em pacientes cirróticos sempre causou muito receio ao cirurgião-dentista pelo risco de sangramento no intra e pósoperatório. Devido a falta de compreensão sobre cirrose, hemostasia, e correlação entre exames laboratoriais muitas exodontias deixaram de ser realizadas e outras foram realizadas com a infusão de hemoderivados profilaticamente. Com novos estudos sobre hemostasia em pacientes cirróticos, nos quais ocorre a diminuição dos fatores de coagulação e anticoagulação, e o melhor entendimento sobre hemostasia rebalanceada, a comunidade odontológica começou a avaliar a necessidade real de infusão de hemoderivados para a realização de exodontias. O objetivo deste trabalho foi identificar a existência de eventos hemorrágicos durante e após exodontias de pacientes cirróticos, em fila de transplante de fígado, correlacionando o sangramento com exames de coagulação e quantificando o sangramento intra-operatório. Para isso foi realizado um estudo observacional, de caso-controle e de caráter quantitativo. A amostra foi composta por um grupo de estudo (GE), com 74 de pacientes cirróticos em fila de transplante de fígado e um grupo controle (GC), com 74 pacientes normorreativos. Todos os pacientes foram submetidos a exames pré-operatórios de coagulação imediatamente antes dos procedimentos cirúrgicos. Foram estabelecidos os critérios propostos por Lockhart et al. (2003), para a definição de eventos hemorrágicos pós-operatórios e foi considerado sangramento anormal no intraoperatório perdas acima de 0,6 mL/min, de acordo com o trabalho de Buhatem Medeiros et al. (2017). Durante as exodontias o sangue perdido pelos pacientes era aspirado para posterior mensuração. Também foi contabilizado o tempo de duração do procedimento cirúrgico. O GE apresentou alterações em quase todos os exames de coagulação realizados (TP/INR, TTPa, TT, contagem de plaquetas, fator e atividade de von Willebrand, fibrinogênio, proteína C, antitrombina III). As médias do volume de sangramento intra-operatório e de sangramento por minuto no GE (5,36mL e 0,19mL/min, respectivamente) foram maiores do que as do GC (3,054mL e 0,11mL/min, respectivamente) (p<0,05). O sangramento no GE foi correlacionado com características clínicas e com os exames laboratoriais de coagulação. Com relação às características clínicas a ascite (p=0,012) e a presença de lesão periapical (p=0,034) se correlacionaram positivamente com o sangramento (mL/min). Com relação aos exames de coagulação, além de uma correlação positiva moderada no teste de agregação plaquetária com ácido araquidônico, não observamos correlação com o sangramento intra-operatório. Ainda que os pacientes do GE tenham apresentado uma quantidade maior de sangramento que o GC, esse sangramento não foi considerado anormal. Nenhum paciente apresentou eventos hemorrágicos intra ou pós-operatórios e não foi possível correlacionar o maior sangramento do GE com os exames de coagulação. |