Traços das vanguardas: a recuperação das vanguardas artísticas no desenho de arquitetura de Zaha Hadid, 1977- 1994

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Galdino, Amadeo Gatti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16136/tde-06042023-115413/
Resumo: A pesquisa pretende investigar os desenhos realizados pela arquiteta iraquiana Zaha Hadid entre os anos de 1977 e 1994, que correspondem ao início de sua carreira. A produção da arquiteta é contextualizada em relação a uma condição contemporânea de porosidade entre arte e arquitetura. O foco está em compreender, através de análises de projetos de Hadid, a recuperação que a arquiteta realiza de procedimentos oriundos das vanguardas artísticas históricas do início do século XX. Esse resgate ocorre, no desenho, em diversos níveis: primeiramente, no uso de elementos abstratos oriundos das pinturas de Kazimir Malevich e Wassily Kandinsky, o que acompanha um interesse comum a esses pintores de liberar forças ocultas; com a diferença de que, na obra da arquiteta, não se trata de forças ocultas nos elementos da pintura, mas no próprio espaço arquitetônico. Em segundo lugar, identifica-se na obra de Hadid o procedimento de ostranênie (estranhamento), presente em obras de vanguardistas como Malevich e o arquiteto soviético Ivan Leonidov, que consiste em aumentar a complexidade da forma visando prolongar a duração da percepção. Por fim, a importância da perspectiva no desenho de Hadid é analisada; o fato da arquiteta multiplicar perspectivas diferentes do mesmo projeto em um único desenho, aponta para seu envolvimento com a paralaxe, muito cara aos modernistas. Já o curvamento do espaço perspectivo é reconhecido como uma atualização da tentativa das vanguardas de perturbar a perspectiva monocular, num contexto contemporâneo em que já não se pode cogitar eliminá-la completamente. Conclui-se que o espaço é o problema fundamental para a obra de Zaha Hadid, e ele se articula, sobretudo, por meio do desenho.