O diálogo da corrente e da colher: o espaço entre Rem Koolhaas e Hélio Oiticica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Paglis, Julia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Art
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-18042024-093025/
Resumo: Estabelecer um diálogo é, em certa medida, aceitar que não há uma estabilidade na mensagem transmitida entre as partes comunicantes. Há momentos em que um dos enunciadores predomina no discurso, e há momentos nos quais a dinâmica se inverte. No entanto, as possíveis fricções e aproximações estabelecidas entre ambas as partes é o que torna o ato instigante. A atenção desloca-se, então, daqueles que anunciam a mensagem, para a mensagem em si. Este é, portanto, o objetivo deste trabalho: conduzir um diálogo entre os campos da arte e da arquitetura, em especial entre as obras do artista brasileiro Hélio Oiticica (1937-1980) e o arquiteto holandês Rem Koolhaas (1944), na intenção de explorar espacialidades e questões que advêm dessa insólita aproximação. Embora se compreenda o estranhamento de investigar figuras que, em um primeiro momento, aparentam estar distantes, a força e a singularidade de suas obras, quando comparadas, concatenam discussões que já estão em curso, referentes, por exemplo, a outras possibilidades de se conceber a arquitetura e as artes plásticas a partir das neovanguardas dos anos 1960. O recorte temporal deste trabalho situa-se entre o final dos anos 1960 e início dos anos 1990 intervalo estabelecido por meio da obra Éden [1969], do artista brasileiro, e do projeto para a Biblioteca Nacional da França [1989], concebido pelo Office for Metropolitan Architecture (OMA), do arquiteto holandês. O diálogo proposto ocorre em três momentos, contrapondo as seguintes obras do artista e do arquiteto: (I) Éden [1969] e Exodus, ou os prisioneiros voluntários da arquitetura [1973]; (II) Ninhos [1970] e o Centro do Ovo de Colombo [1973] / Cidade do globo cativo [1972]; (III) e, por fim, Babylonests [1971-74] e a Biblioteca Nacional da França [1989] obras que assumem um espaço-tempo anacrônico. Desse modo, busca-se não só compreender os espaços internos das obras anteriormente citadas, como apresentar as discussões que se desdobram a partir de suas aproximações. Isso porque, pressupõe-se que é a partir da investigação das disjunções presentes nestes espaços que se pode descobrir formas outras de se ocupar, resistir e projetar o espaço atual.