Diversidade e estrutura de comunidades de bacteria em solos tratados com biossólidos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Souza, Ângela Garcia de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11138/tde-20200111-153248/
Resumo: A utilização de biossólidos como fonte de nutrientes vegetais e/ou como condicionador da estrutura de solos agrícolas tem sido amplamente preconizada. Embora seu efeito benéfico para as plantas seja inquestionável, muito pouco se sabe sobre seu impacto sobre a microbiota dos solos. Dependendo de sua origem, biossólidos podem conter altas concentrações de metais e agentes antimicrobianos, os quais podem interferir na fisiologia da microbiota, modificando a estrutura da comunidade microbiana dos solos. Como a biodiversidade dos solos pode estar associada à sua qualidade, o impacto da aplicação de biossólidos aos solos. deve ser mais estudado. Neste trabalho, alterações da diversidade genética e da estrutura da comunidade de Bacteria de solos tratados com biossólidos de duas ETEs do Estado de São Paulo foram avaliadas pela técnica de eletroforese em gel de poliacrilamida com gradiente desnaturante (DGGE). No primeiro experimento, foram avaliadas as alterações na diversidade genética e estrutura da comunidade de Bacteria de um NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico típico, ao longo do tempo (0; 1; 2; 4 e 8 semanas) após a aplicação do biossólido da ETE-Franca em quantidades equivalentes a 6; 12, 24 e 48 Mg ha-1 além de um controle sem adição de biossólido. No segundo experimento, foi avaliado o impacto da aplicação de biossólidos da ETE-Franca e ETE-Barueri, caracterizados pela alta e baixa concentração de metais pesados, respectivamente, em dois tipos de solo (NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órtico típico e NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico típico), cultivados com milho, sobre a diversidade genética e estrutura da comunidade de Bacteria. O biossólido da ETE-Franca foi utilizado em quantidades equivalentes a 6; 24; 96 Mg ha-1. Já o biossólido da ETE- Barueri foi utilizado em quantidades equivalentes a 31; 62; 124 Mg ha-1 além de um controle sem adição de biossólido para cada tipo de solo. Os resultados demonstraram que a aplicação de biossólido com baixa concentração de metais pesados foi capaz de modificar a estrutura da comunidade de Bacteria, que se restabeleceu com o tempo. Os índices de diversidade demonstraram as variações na estrutura da comunidade com aumentos da riqueza de espécies e diversidade no inicio do experimento e maior dominância após 8 semanas, sendo indicativo da resiliência. No segundo experimento, foram detectadas variações nos amplicons de DGGE, demonstrando que a estrutura da comunidade de BacteriaL foi alterada em relação às doses e tipo de biossólido e tipo de solos utilizados. Solos tratados com o biossólido da ETE-Franca tiveram maior similaridade com os controles sem biossólido. Quando tratados com biossólido da ETE-Barueri, a estrutura da comunidade de Bacteria foi alterada, sendo maior o efeito em solos arenosos. Os índices de diversidade em geral sofreram grandes modificações, entre 30 e 60 dias após o plantio de milho, com alta variabilidade nos valores de S (riqueza de espécies). H (diversidade) foi quase constante e D (dominância) e E (eqüitabilidade) são dependentes das doses de biossólidos aplicadas.