Um estudo sobre a não participação de mulheres em situação de pobreza em cursos oferecidos por um CRAS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Perez, Renata
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-16122009-103642/
Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo principal o estudo da não-participação de mulheres em situação de pobreza em cursos oferecidos por um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), localizado em município do Estado de São Paulo. Por meio de metodologia qualitativa baseada na psicologia sócio-histórica, foram entrevistadas três mulheres, buscando-se apreender os sentidos atribuídos por elas a tais cursos. Os resultados evidenciaram que as entrevistadas atribuem valor positivo aos cursos mas que não os relacionam com a possibilidade de obter melhorias significativas em suas vidas. Suas formas de agir parecem basear-se essencialmente em necessidades emergenciais, sem que sejam traçadas estratégias para o alcance de determinados objetivos a médio e longo prazo. Evidenciaram também a importância das relações sociais de gênero na determinação de suas escolhas. As falas das entrevistadas apontaram para a existência de acentuadas divisões de poder e de trabalho na esfera familiar, com o homem ocupando o lugar de autoridade, ficando reservado a elas, principalmente, o cuidado com os filhos, o marido e a casa. Mesmo quando trabalham fora, os fundamentos patriarcais familiares não parecem ser abalados. Esses resultados encontram ressonância com aqueles obtidos em pesquisas com temática semelhante. Invertendo a direção do olhar, também foi discutida a questão dos cursos, concluindo-se que o oferecimento dessas modalidades específicas não é condizente com aquilo que é preconizado pelo novo paradigma da Assistência Social. Concluiu-se que são necessários amplos debates e estudos sobre como devem ser organizados os serviços oferecidos pelos CRAS, para que estejam, de fato, em sintonia com os objetivos propostos.