Estudo da interação de peptídeos mimotopos da LDL eletronegativa com células endoteliais e macrófagos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Tripodi, Gustavo Luis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-26012017-151143/
Resumo: Introdução: Dentre as diversas formas modificadas da lipoproteína de baixa densidade (LDL), a LDL eletronegativa, LDL (-), contribui para o processo aterosclerótico, promovendo o recrutamento leucocitário para a intima arterial e modulando a resposta inflamatória. Mimotopos são moléculas que podem se ligar à porção variável de um anticorpo, a enzimas ou a receptores. Os peptídeos mimotopos da LDL (-) são moléculas capazes de mimetizar a conformação de epítopos expostos apenas quando a LDL sofre modificações in vivo. Objetivo: Avaliar os efeitos de peptídeos mimotopos da LDL(-), previamente selecionados pela técnica de phage display e denominados p1A3 e p2C7, em células endoteliais e macrófagos. Metodologia: Avaliou-se a atividade dos peptídeos mimotopos sobre a expressão de RNAm de genes relacionados tanto à ativação quanto à disfunção endotelial, assim como a atividade citotóxica e a captação dos peptídeos por células endoteliais (HUVEC, HAEC e EA.Hy 926). Verificou-se também a atividade pró-inflamatória dos peptídeos em cultura primária de macrófagos murinos derivados da medula óssea (BMDM), investigando-se a ativação do complexo proteico inflamassoma, assim como a internalização dos peptídeos por essas células, utilizando citometria de fluxo e microscopia confocal. Resultados: As células endoteliais e os macrófagos internalizaram os peptídeos mimotopos p1A3 e p2C7. Nos macrófagos houve inibição (50%) da internalização dos peptídeos p1A3 e p2C7 na presença de brefeldina A, indicando que esses peptídeos são majoritariamente captados por endocitose independente de clatrina. Nas células HAEC, observou-se 25% de inibição da captação de ambos os peptídeos se bloqueando o receptor scavenger LOX-1 com anticorpo anti-LOX-1. Quanto à atividade citotóxica, observou-se acentuada redução na atividade mitocondrial das células endoteliais EA.Hy 926 e HAEC apenas com o peptídeo p1A3, não sendo observada citotoxicidade para os macrófagos tanto para p1A3 quanto p2C7 nas concentrações estudadas (12,5 a 200 ug/mL). Nos macrófagos, o peptídeo p2C7 induziu o aumento da expressão de RNAm de genes relacionados com a polarização para o fenótipo M1 (iNOS, TNF-α, IL-1α) e da produção de •NO, assim como, a ativação do sinal 1 (transcricional) do complexo proteico inflamassoma, o que também se observou para a LDL (-). O peptídeo p1A3 modulou a expressão gênica da linhagem HAEC, diminuindo a expressão de RNAm dos genes relacionados à proliferação celular (VEGFr1 e 2, TGFβ, PDGFβ e eNOS). Conclusão: Os peptídeos mimotopos p1A3 e p2C7 interagem com as células endoteliais e macrófagos de maneiras distintas. O p2C7 induz uma resposta pró-inflamatória em macrófagos, mimetizando a LDL (-), sugerindo assim, que esse peptídeo possa atuar como um DAMP (padrão molecular associado ao perigo) importante para o processo inflamatório da placa aterosclerótica.