Útero cosmos - hibridações de meios, sistemas e poéticas de um sky - art interativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Silva, Agnaldo Valente Germano da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27159/tde-14052009-154333/
Resumo: Esta tese de Doutorado apresenta a trilogia ÚTERO COSMOS (Útero portanto Cosmos), de minha autoria (Agnus Valente), como resultado de uma praxis criativa híbrida desenvolvida na linha de pesquisa em Poéticas Visuais, acompanhada de um texto reflexivo de metalinguagem sobre as operações de hibridação de Meios produtivos, de Sistemas artísticos e de Poéticas, que foram empreendidas para a constituição do corpus artístico, e propõe três contribuições teóricas para os estudos dos Métodos Heurísticos da Criação os novos conceitos de hibridação intersensorial, hibridação intertextual-semiótica e hibridação interformativa, cuja abrangência permite aplicá-los não somente à arte digital, mas também a diversos campos da criação artística. Concebido em março de 2002, o sky-art interativo ÚTERO COSMOS propõe uma metáfora constelativa em ambiente digital. Não se limitando ao hibridismo como tema, explora em sua criação a potencialidade híbrida do suporte, envolvendo Poéticas Digitais, Poesia Concreta, Intertextualidade, Tradução Intersemiótica e Interatividade, como fatores que propiciam hibridações. O projeto foi desenvolvido on-line, no site oficial agnusvalente.com numa estrutura simultânea de work in process e work in progress, em três edições intituladas Gestação On-Line (2003), Constelações (2005) e Expansões (2008), nas quais as obras e versões do processo de criação foram cumulativamente preservadas. Como autor-propositor, engajei ao projeto o artista multimídia Nardo Germano, meu irmão gêmeo com quem compartilho minhas hibridações poéticas inaugurais, bem como os mestres da Poesia Concreta Augusto de Campos, Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Ronaldo Azeredo e meus mestres das Artes Visuais Carmela Gross, Julio Plaza e Regina Silveira artistas que influenciaram minha produção e cujas poéticas são validadas em minha poética pessoal por afinidades e filiações artísticas profundas. A partir da praxis artística, concebi os conceitos de hibridação intersensorial, hibridação intertextual-semiótica e hibridação interformativa, conforme sua predominância nas operações implementadas na criação. No que tange à hibridação de Meios, reconheço no meio digital, eleito para o desenvolvimento deste projeto, uma hibridação intersensorial caracterizada pela articulação conjunta de informações de ordem visual, tátil, cinética, sonora etc. Quanto à hibridação de Sistemas, que neste projeto funda-se na hibridez da Poesia Concreta entre Literatura e Artes Visuais, formulo o conceito de hibridação intertextualsemiótica concebido na acepção do termo texto expandido do código verbal ao visual e a outros sistemas sígnicos (Kristeva, Bense, Peirce), embasado numa intertextualidade poética ou crítica (Perrone-Moysés) e na tradução intersemiótica (Jakobson, Plaza). No que se refere à hibridação de Poéticas consideradas como movimentos artísticos históricos e/ou poéticas pessoais as operações envolvem respectivamente hibridação intertextual-semiótica e o que denomino de hibridação interformativa, esta formulada a partir do conceito de formatividade (Pareyson), perceptível tanto no âmbito da produção, em criações co-autorais, traduções intersemióticas, influências e/ou diálogos artísticos; quanto no âmbito da recepção, em obras interativas que absorvem a formatividade do interator. Concluindo, a unidade das hibridações operadas em ÚTERO COSMOS funda-se na minha poética híbrida e, mais particularmente, na unidade formativa do meu próprio ser como pessoa que me define como um artista sintetizador portanto híbrido sintonizado a um projeto poético à luz de uma metáfora constelativa da Arte.