Enfrentamento à criminalidade organizada transnacional: uma abordagem contextual da tutela criminalizadora

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Barros, Paula Pecora de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2136/tde-19102023-171747/
Resumo: Esta dissertação de mestrado tem como objetivo compreender o contexto de criação da política criminal voltada ao enfrentamento da criminalidade organizada transnacional. A pesquisa inicialmente discorre sobre os motivos e circunstâncias da procura crescente por tutelar criminalmente determinadas condutas de forma conjunta e uniforme entre os Estados, conformando regimes globais de proibição. Em seguida, a pesquisa busca compreender a forma como esse anseio por regramentos penais transnacionais se manifestou tanto no processo de criação do conceito de crime organizado e crime organizado transnacional, passando a constituir tipos penais autônomos, assim como de ilícitos reconhecidos como dotados de caráter organizacional e transnacional, com especial destaque para tráfico de drogas, terrorismo, lavagem de dinheiro, corrupção e cibercrimes. Para isso, foi realizada a análise de discursos políticos e midiáticos, de debates acadêmicos e de normativas internacionais e domésticas, assim como suas justificativas, no tocante a condutas que foram criminalizadas sob a preocupação de controle da atividade organizada e transfronteiriça. Verificou-se uma profunda dificuldade na consolidação e restrição semântica desses ilícitos e uma ampla utilização retórica da ameaça do crime organizado para legitimar a expansão de medidas repressoras em detrimento de direitos fundamentais e da dogmática penal.