O projeto transfronteiriço do Primeiro Comando da Capital – PCC (2006-2016)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Campos, Tales de Paula Roberto de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202175
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo discutir a expansão internacional da facção criminosa brasileira intitulada o Primeiro Comando da Capital (PCC) em atividades transfronteiriças durante o período de 2006 a 2016, principalmente em relação ao Paraguai e a Bolívia guiada por quatro variáveis: em primeiro lugar, o processo de sofisticação da estrutura hierárquica. Em segundo, a formação de alianças com grupos criminosos estrangeiros. A terceira variável, por meio da desmobilização e desarticulação dos rivais tanto nacionais como internacionais viabilizando a entrada no mercado ilegal. E por último, a inserção, reformulação ou regulamentação dos mercados ilegais sul-americanos (Paraguai e Bolívia). Considerando o contexto histórico que deu origem ao objeto de pesquisa desta dissertação, no mundo criminal brasileiro, uma máxima é utilizada para demonstrar que existe honra e progresso entre os criminosos: “O crime fortalece o crime”. O Primeiro Comando da Capital (PCC) – facção originária do estado de São Paulo, fundada na Casa de Detenção de Taubaté em 1993 segue esta cartilha. O grupo criminoso surgiu nas massas carcerárias como um defensor da união dos presos contra as injustiças e abusos praticados pelo Estado brasileiro a partir de um modelo de irmandade, solidariedade e igualdade entre os seus. Apareceu para a grande parcela da população brasileira na Megarrebelião de 2001 e mais tarde, aterrorizou o estado de São Paulo nos Ataques de Maio de 2006, uma vez que o governo estadual havia optado pelo não-enfrentamento direto. Para tanto, estudou-se a base teórica da estrutura hierárquica do grupo criminoso e seus níveis de atuação, analisando o comportamento do PCC na Bolívia e Paraguai, durante o marco temporal deste trabalho. O método de pesquisa desta dissertação de caráter qualitativo envolveu pesquisas e consultas a materiais primários e secundários, além de acesso a material investigativo jornalístico do Brasil e do Paraguai. Os resultados obtidos nesta dissertação destacam as operações bem-sucedidas do PCC em se infiltrar em território estrangeiro com a adoção do Projeto Paraguai de 2010, graças a um sistema de ampliação da igualdade de poder entre os membros e de livre-arbítrio nas tomadas de decisões dentro da facção, além de impactos consideráveis sobre as políticas de regulação dos mercados ilegais sul-americanos (principalmente no entorno da cidade de Pedro Juan Caballero).