Entre Sambaquieiros e Jês: uma abordagem zooarqueológica das ocupações tardias do litoral sul de Santa Catarina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Tognoli, Anderson Rogério de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-18012024-170223/
Resumo: O litoral Sul de Santa Catarina caracteriza-se por apresentar um cenário dinâmico e complexo de ocupação humana, que remonta há 7.500 anos AP, exibindo vários sambaquis monumentais que atestam que esses povos estabeleceram uma estreita ligação com o sistema lagunar, que se estendeu até por volta de 1.500 anos AP, quando verificouse uma mudança da apropriação da paisagem. A partir desse período, denominado de tardio, registra-se maior variabilidade de sítios e um padrão distinto no processo construtivo, transformações que foram associadas crono-culturalmente à chegada dos grupos Jê meridionais. Com a proposta de compreender os aspectos que resultaram dessa interação, essa pesquisa permitiu refinar e avançar um pouco mais no conhecimento sobre a relação entre esses grupos humanos, a fauna e o paleoambiente, durante o período tardio de ocupação nessa região. As análises zooarqueológicas empregadas no sambaqui Eliza (3.350 anos cal AP), nos sítios tardios, Encruzo (1.980 anos cal AP), Morro Grande II (1.860 anos cal AP), Morro Grande I (1.270 anos cal AP), além das ocupações associadas aos Jê, Campo Bom III (780 anos cal AP), Campo II (720 anos cal AP), Campo Bom I (650 anos cal AP) e Arroio da Cruz I (650 anos cal AP), apontaram que esses povos estabeleceram uma interação bastante complexa com a dinâmica paisagem litorânea, explorando principalmente os ambientes estuarino-marinhos, cuja recorrência faunística demonstrou uma intensa captura de peixes e bivalves, e de forma menos recorrente, mamíferos terrestres e marinhos, além de peixes cartilaginosos, répteis e aves. Através da integração de dados zooarqueológicos, cronológicos e paleoambientais, verificou-se vários aspectos que apontaram uma continuidade e transformação cultural que ocorreram do contato entre sambaquieiros e Jês.