Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Ramacciotti, Mirela Cunha Cardoso |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-03102022-152249/
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Resumo: |
Pesquisas em neurobiologia das diferenças individuais realizadas na primeira infância (até 6 anos) apontam correlações entre o desenvolvimento das funções executivas e resposta ao estresse que podem vir a ser potencilmente danosas quando a aprendizagem é a variável de interesse. Essas correlações envolvem uma maior sensibilidade neurobiológica às condições ambientais; aos efeitos diferenciais em situações de apoio e/ou na falta de suporte; à capacidade de adaptação condicional ligada à regulação emocional; e à reatividade ao estresse. Nossa pergunta é como e em que sentido podemos melhor entender a associação entre aprender, apoiado no desenvolvimento das funções executivas, e a reatividade ao estresse em um período-chave para a prontidão escolar. Partimos da avaliação da reatividade ao estresse em uma amostra de crianças entre 2 a 4 anos que frequentaram uma creche escolar durante os meses de julho e setembro de 2021 de forma objetiva com biomarcardores, e de forma subjetiva com base em questionários (Child Behavior Checklist, Pediatric Quality of Life, e IBGE). Juntamente à aferição dessa reatividade ao estresse contextual imposto pela pandemia do COVID-19, averiguamos o controle inibitório (CI) com um paradigma cuja condição basal é uma resposta de funções executivas de domínio geral. Nesta tarefa, analisamos o domínio específico do CI como condição de interesse, tendo como condição controle a presença de um estímulo de feedback. Aliada a essa aferição, realizamos uma observação do ativamento cerebral do córtex pré-frontal. Assim, nossa medida objetiva para resposta ao estresse se deu via coleta de cortisol capilar; para a função executiva do controle inibitório foi via tarefa go/no-go; e para a observação da atividade neural, via fNIRS. As análises estatísticas tiveram por base averiguar o sentido e a força das correlações observadas entre funções executivas e resposta ao estresse em plena vigência da pandemia do coronavírus. Controlamos também para idade e sexo. O aprofundamento no entendimento de possíveis correlações objetiva melhor informar aos agentes, direta e indiretamente implicados na Educação, sobre possíveis impedimentos ou agravantes para uma aprendizagem efetiva justamente em uma fase que antecede o ingresso compulsório na vida escolar. Insumos com base em evidências podem potencialmente ser utilizados para aumentar chances de uma aprendizagem efetiva calcada no pleno desenvolvimento das funções executivas e numa resposta eficaz a estressores. Desenvolvida na forma de coletânea, esta tese apresenta no Capítulo I a avaliação da resposta ao estresse via medidas objetivas (biomarcadores) e subjetivas (questionários). Em nossa amostra, resultados demonstraram a superioridade das medidas objetivas na aferição de perfis de maior reatividade a estressores. Observamos níveis de cortisol capilar com elevação coletiva durante os meses de coleta. No Capítulo II, aferimos o desempenho e acurácia e percepção de feedback das funções executivas na tarefa Go/No-go e correlacionamos os resultados com a avaliação da resposta ao estresse. Encontramos um pior desempenho aliado a respostas com mais erros na condição de interesse na presença de níveis mais altos de cortisol capilar. Observamos processamentos modulados de forma distinta por idade e sexo na condição basal e de interesse, com modulação para sexo registrada apenas durante a condição de feedback. No Capítulo III apresentamos a análise da função cognitiva de CI e a ativação de substratos neurais no córtex préfrontal. Encontramos uma ativação conjunta da área orbitofrontal esquerda, especificamente a BA11, mais recrutada por aqueles que tiveram pior desempenho na tarefa. Averiguamos que uma alta reatividade ao estresse afeta funções executivas de domínio geral, mas de forma mais aguda, as de domínio específico e que esse movimento recruta mais substratos neurais quanto menor for o desempenho na tarefa. Com relação à modulação por idade e sexo, encontramos que a idade afeta de forma clara as correlações aferidas e que os efeitos dessa modulação podem ser sentidos em idades mais precoces (abaixo dos 4 anos) do que relatado pela literatura. O fator sexo não demonstrou modular claramente os dados dentro do nível de significância adotado. Contudo, a análise dos dados crus revelavam um padrão diferente de maior desenvolvimento para as meninas que parecia obscurecido nas análises estatísticas padrão. Dessa forma, no capítulo IV fizemos uma análise TOST para efeitos mínimos com aferição objetiva de margens superiores e inferiores via poder da análise do estudo primário (Cohend d entre -0,8 e 0,8) a fim de averiguar se havia diferença atribuível ao sexo em nossa amostra. Encontramos superioridade, i.e., uma melhor resposta, das meninas em relação aos meninos nas medidas de domínio-geral e domínio-específico do funcionamento executivo, nos níveis de cortisol, e na ativação neural específica relacionada com o controle inibitório e também no comportamento emocional mais adaptivo. Implicações desses achados para a prontidão escolar foram também analisados |