Qualidade de vida dos profissionais de saúde durante a pandemia da COVID-19 e fatores associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Surmano, Myllena Nilce de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-16122022-164823/
Resumo: Introdução: O Severe Acute Respiratory Syndrome-related Coronavirus-2 (SARS-CoV-2), causador da doença do coronavírus de 2019 (COVID-19), surgiu em dezembro de 2019, na China. Atualmente, há mais de 570 milhões de casos confirmados e 6 milhões de óbitos decorrentes da COVID-19 no mundo. Diante da gravidade da doença, a procura pelos Serviços de Saúde e internações aumentaram exponencialmente, ocasionando uma situação caótica nos sistemas de saúde do Brasil e do mundo. Com isso, os profissionais de saúde ficaram expostos ao vírus e mais propensos ao adoecimento, ocasionando medo, ansiedade, insegurança, condições que influenciaram diretamente na Qualidade de Vida (QV) destes profissionais e, consequentemente, nas condições do trabalho e na qualidade da assistência prestada ao paciente. Objetivo: Neste sentido, o objetivo deste estudo foi analisar as alterações na QV dos profissionais de saúde durante a pandemia da COVID-19 e seus fatores associados. Método: Trata-se de um estudo transversal e analítico, de abordagem quantitativa, desenvolvido segundo inquérito on-line. O projeto ao qual está vinculado foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Utilizou-se a análise bivariada e adotou-se o teste Qui-Quadrado, seguido do modelo de regressão logística binária múltipla, a partir do método stepwise. Os desfechos de melhora ou piora da QV foram associados a variáveis independentes. As análises consideraram nível de significância de 5% (α=0,05). Critérios de inclusão: profissionais de saúde da região sudeste do Brasil, que atuaram na assistência direta a pacientes acometidos ou não pela COVID-19 pelo menos nos últimos seis meses que antecederam a coleta de dados. Foram excluídos os participantes que não finalizaram o questionário. Resultados: O estudo foi realizado com 3943 profissionais. Como principal achado evidenciou-se que dentre estes, 78,61% referiram piora da QV, o que corresponde a 57,05% da amostra total do estudo, a qual 83,05% era do sexo feminino. A maioria dos participantes eram casados ou estavam em uma união estável (53,99%), eram enfermeiros (44,33%), tinham uma religião (86,37%), prestaram assistência à pacientes com COVID-19 e população em geral (44,73%), não atuaram em hospitais de campanha (75,92%) e não tiveram diagnóstico de COVID-19 (76,20%) até o momento da coleta de dados. Os participantes que se autodeclaravam pretos e pardos e que prestaram assistência ao público \"em geral\" apresentaram chances menores de relatar uma piora na QV. Enquanto, profissionais auxiliares de enfermagem e que não receberam equipamentos de proteção individual de boa qualidade pela instituição onde trabalham ou receberam apenas em parte apresentaram uma chance maior de declarar uma piora da QV. Conclusão: Diante do exposto, conclui-se que durante a pandemia da COVID-19 os profissionais da saúde foram expostos à diversas situações que prejudicaram tanto a qualidade do trabalho quanto sua QV e saúde. Visto isso, é importante salientar que serão necessárias ações de planejamento e desenvolvimento, visando a recuperação e integração das equipes, prevenção e promoção de saúde mental para os profissionais e elaboração de planos voltados principalmente ao sexo feminino, visto que a força de trabalho em saúde é composta majoritariamente por mulheres.