Efeitos do alojamento de cachaços sobre a biometria e a histologia testiculares e epididimárias e a qualidade espermática

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Rezende, Gabriela Marques de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Allocation; Alocação; Bem-estar; Epidídimos; Epididymis; Suínos; Swine; Testicles; Testículos; Welfare
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-14032022-152829/

No Brasil predomina o sistema de confinamento intensivo para machos reprodutores suínos, sistema com restrição de espaço e sem interação ambiental, o qual ocasiona situações estressantes, que podem desencadear desequilíbrio sistêmico no animal e provocar queda no desempenho reprodutivo. Neste sentido, este estudo teve como objetivo avaliar se o alojamento dos cachaços com mais espaço e enriquecimento ambiental, comparado ao sistema intensivo, podem ter efeito na qualidade do sêmen, nas características biométricas e histológicas dos testículos e epidídimos e na qualidade espermática da cauda do epidídimo. Para isso, foram utilizados 25 machos híbridos (F1: Large White X Landrace) submetidos, aos 5 meses de idade, a um período de condicionamento de colheita de sêmen. Aos 10 meses de idade foram distribuídos em três tipos de alojamentos: animais em celas (1,61 m2 ; n=9), em baias individuais (4,62 m2 ; n=8) e em baias individuais com enriquecimento ambiental (4,62 m2 ), recebendo escovação, banho e feno (n=8) duas vezes ao dia, a fim de minimizar o estresse e promover maior bem-estar. O sêmen dos cachaços foi colhido e avaliado (volume, concentração, motilidade, vigor e morfologia) imediatamente antes da distribuição nos tratamentos (controle) e após 9 semanas do início do tratamento. Foram mantidos nestas condições por 30 semanas e, ao término deste período, submetidos à eutanásia e remoção dos testículos e epidídimos. Foram realizadas biometrias testiculares e epididimárias por paquímetro (comprimento, largura e espessura) e o volume testicular foi determinado. Foram dissecados testículos e epidídimos e colhidas amostras para exame histopatológico. As lâminas histológicas foram avaliadas e classificadas em escores considerando os aspectos de degeneração tissular do parênquima testicular (0 a 5) e do epidídimo (0 ou 1); também foram avaliadas por sistema computadorizado utilizando o software image J. Nos testículos foram consideradas: área do túbulo seminífero (μ m2), epitélio seminífero (μ m2), área do lúmen (μ m2) e a relação epitélio/túbulo seminífero e nos epidídimos: área total do ducto epididimário (μ m2), epitélio epididimário (μ m2), área do lúmen (μ m2) e a relação epitélio/ducto epididimário. Amostras de espermatozoides da cauda do epidídimo foram colhidas, pela técnica de squeeze, e avaliadas quanto ao volume (μ L), concentração (n. sptz/mL), motilidade (%), vigor (escore 1 a 5) e morfologia (%). Os dados foram analisados quanto à normalidade dos resíduos pelo teste de Shapiro- Wilk. Foi realizada ANOVA e utilizado o teste Tukey-Kramer como posthoc. O nível de significância adotado foi de 5%. Verificou-se que os animais mantidos em baia apresentaram maior área do epitélio epididimário (p=0,01) do que os outros grupos. Em adição, os animais mantidos em cela apresentaram maior lúmen do ducto epididimário (p=0,05) do que os animais mantidos em baia enriquecida. Também foi observado menor percentual de defeitos espermáticos totais, excluindo-se gotas protoplasmáticas distais, dos espermatozoides epididimários, para os cachaços em baia enriquecida (P=0,03) do que para aqueles mantidos em cela. Pode-se concluir que melhorias nas condições de alojamento dos reprodutores suínos, durante 30 semanas, apresenta poucos efeitos benéficos sobre as características reprodutivas; no entanto, este trabalho contribuiu com análises exploratórias e iniciais em uma área de pesquisa cujas informações são escassas.