Representações sociais de violência escolar por professores do ensino médio de uma escola pública

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Camargo, Natalia Alves de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-15122021-105647/
Resumo: Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, do tipo exploratório, que buscou compreender as representações sociais de violência escolar por professores do ensino médio de uma escola pública. Participaram dez professores com cargos efetivos, incluindo gestores e coordenadores, de uma escola estadual do interior paulista. Os dados foram obtidos de dezembro de 2018 a maio de 2019 por meio de observação participante e entrevista semiestruturada, e analisados de acordo com a técnica de análise de conteúdo e interpretados à luz das Representações Sociais. A análise possibilitou a identificação de duas categorias temáticas: \"Violência escolar: percepções e vivências\" e \"Impactos da violência escolar no trabalho docente\". A violência escolar foi representada como manifestações de múltiplas formas de violência: física, verbal, bullying, contra o patrimônio e simbólica. Com base em suas vivências, os professores indicaram diferenças nas práticas da violência escolar entre os ensinos fundamental e médio; entre alunos do sexo masculino e feminino; apontaram a violência como um fenômeno que interfere na produtividade da escola e na qualidade do ensino. Com relação às causas, os professores ancoraram os sentidos de suas representações em valores culturais, apontando o meio familiar como local em que o comportamento violento é aprendido, e em aspectos simbólicos, citando objetos como estímulos à prática da violência: cadeiras e mesas desconfortáveis, bebedouros quebrados, pratos de plástico. Mencionaram como ações acertadas para minimizar os impactos da violência as mudanças na infraestrutura da escola e o trabalho de conscientização realizado com os alunos para conservação deste espaço. Os professores afirmaram que não se sentiam preparados para lidar com os alunos agressores, alegando uma lacuna no curso de formação. Citaram que usam do diálogo para mediar os conflitos; contudo, foi observada nos relatos maior ênfase nas medidas de caráter punitivo, como a suspensão, expulsão e, em alguns casos, procuraram o apoio da liderança do tráfico na comunidade. Diante dos achados, considera-se a importância de projetos de intervenção com a participação dos alunos e das famílias, a oferta de atividades com temas transversais como gênero e sexualidade, o investimento na formação continuada dos professores e, por fim, parcerias com equipes interdisciplinares da rede básica para realização de um trabalho intersetorial no enfrentamento da violência escolar.