Representações sociais de violência na escola : um diálogo com alunos e professores da Paraíba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: MACIEL, Milena Ataíde
Orientador(a): CRUZ, Fatima Maria Leite
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16059
Resumo: Esta pesquisa teve por objetivo compreender as Representações Sociais de violência na escola compartilhadas por alunos e professores do ensino fundamental no estado da Paraíba. A escola é um dos principais ambientes de convivência social de jovens e crianças, e é um espaço de crescimento intelectual e interação social onde diferentes grupos convivem cotidianamente, permeados pela diversidade cultural e uma composição plural de alunos, gestores, professores e pais o que torna inevitável que surjam divergências e conflitos. Estes desacordos fazem parte do processo de interação e do convívio em sociedade, porém, quando extrapolam limites, podem culminar em violência. O conceito de violência transforma-se à medida que a sociedade se reestrutura e avança em termos de garantias e afirmação de direitos sociais. De maneira geral, define-se por violência quando a interação direta ou indireta de indivíduos ou grupos causa danos a outrem em diferentes graus, seja de natureza física, emocional ou simbólica. Diante desta realidade é um desafio compreender de que maneira as práticas sociais se estabelecem a partir de diferentes representações de violência. As representações sociais são um modo de pensamento social, teorias de senso comum que norteiam as ações ou saberes socialmente compartilhados. Participaram do estudo alunos das turmas de 6º ao 9º ano do ensino fundamental, bem como professores de duas escolas públicas municipais da Paraíba. O levantamento de dados se deu em etapas nas quais foram utilizados métodos qualitativos, que favorecem a compreensão dos fenômenos sociais. Utilizou-se de teste de associação livre (TAL), grupos focais com alunos e entrevistas com os professores. O material do TAL foi analisado a partir do Software EVOC e o conteúdo das entrevistas e grupos, a partir da análise temática de conteúdo. Professores e alunos recorreram a diferentes explicações do fenômeno: Os alunos objetivaram a violência em aspectos físicos e simbólicos como bater, xingar e desrespeito, e ancoram seus sentidos em aspectos sociais e afetivos decorrentes de preconceito e discriminação; Já os professores representaram a violência como transgressão às normas e indisciplina, objetivando-a como impunidade, indisciplina e má conduta e ancoraram seus sentidos enfocando o papel da família e do Estado como principais responsáveis pelo fenômeno. Os dados nos mostraram que, embora compartilhem do mesmo espaço e da mesma realidade na escola, professores e alunos constroem representações sociais distintas a respeito da violência e norteiam suas ações, atitudes e julgamentos a partir de diferentes perspectivas.