Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Lemes, Noemi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59140/tde-26092013-110842/
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Resumo: |
Este trabalho buscou analisar, ancorado na Análise de Discurso de filiação francesa, a qual tem em Michel Pêcheux seu autor de referência, quais as posições discursivas ocupadas por sujeitos-alunos do último ano do Ensino Médio quando lhes é solicitada a produção de um texto dissertativo-argumentativo. Isso porque, na perspectiva discursiva o ato de argumentar constitui-se como uma posição discursiva que o sujeito pode ou não ocupar. Investigamos, assim, quais as implicações, para esses sujeitos-alunos, do modo como a argumentação é tratada, no livro didático, uma vez que a circulação do discurso jornalístico é usada como modelo de texto argumentativo a ser seguido por esses estudantes. Para isso, partimos de um corpus constituído por quatro livros didáticos de língua portuguesa utilizados, no Ensino Médio, nos dias atuais, em escolas públicas da cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo e, também, por textos dissertativo-argumentativos produzidos por sujeitos-alunos do terceiro ano do Ensino Médio que frequentam essas escolas. Analisamos, primeiramente, as seções dos livros didáticos de língua portuguesa destinadas ao ensino do texto argumentativo e verificamos que, dos quatro livros analisados, apenas um dedica um pequeno espaço para tratar do conceito de silogismo fazendo, inclusive, menção a Aristóteles; nos demais, a teoria sobre argumentação não se faz presente e, em seu lugar, o que encontramos foram apontamentos sobre as características de textos jornalísticos apresentados como exemplos de textos argumentativos. Após a análise dos livros didáticos, voltamos nosso olhar para os textos dissertativo-argumentativos produzidos pelos sujeitos-alunos com base em uma proposta contida em um dos livros didáticos analisados e que também trazia como matéria prima para a produção escrita, o discurso jornalístico. Fundamentadas nos pressupostos teóricos da Análise de Discurso, criamos uma espécie de escuta discursiva e buscamos, nas marcas linguísticas desses textos, quais eram os efeitos de sentido produzidos pelos sujeitos-alunos. Constatamos, então, que a esses sujeitos não está sendo permitido ocupar o lugar autoral de quem argumenta e defende seu ponto de vista; pelo contrário, a ausência de uma teoria da argumentação e a imposição do discurso jornalístico pelo livro didático possibilita apenas a reprodução das opiniões e dos sentidos trazidos pela mídia. |