Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Silva, Sara Herculano de Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-29102020-175933/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A obesidade é o principal fator de risco para apneia obstrutiva do sono (AOS). Além da obesidade poder levar à AOS, pacientes com AOS são mais propensos a ganhar peso. O tratamento padrão-ouro para a AOS é o uso do CPAP (Pressão Positiva Contínua em Via Aérea). Até recentemente pensava-se que o tratamento da apneia obstrutiva do sono (AOS) com CPAP induziria perda de peso. Porém, evidências recentes mostraram que o CPAP está associado a ganho de peso. No entanto, os mecanismos ainda não são claros. Há evidências de que a ventilação mecânica invasiva causa retenção hídrica. Levantamos a hipótese de que o ganho de peso induzido pelo CPAP ocorre agudamente e é devido ao acúmulo de líquidos. MÉTODOS: Pacientes com AOS moderada/grave com boa adesão ao CPAP (>=4hs / dia) de ambos os gêneros foram convidados a participar. Usando um desenho cruzado, os pacientes foram avaliados em duas condições diferentes: durante o tratamento com CPAP e 7 dias após a suspensão do tratamento. A ordem pela qual cada paciente iniciou o estudo (durante tratamento com CPAP ou após retirada) foi randomizada. Durante o período do estudo, o gasto energético total e a ingestão calórica foram estimados por diário de atividade física padronizada e diários alimentares. Para as avaliações de cada etapa do estudo, os pacientes foram admitidos pela manhã e permaneceram no laboratório por 24 horas. Os pacientes permaneceram em condições controladas, com dieta padronizada, mensuração da ingestão de líquidos e controle do volume urinário. Os pacientes foram submetidos a 5 medidas de peso corporal, circunferências de cintura, pescoço e pernas e análise de bioimpedância elétrica (BIA) durante as 24 horas. Polissonografia foi realizada durante a noite, sob a condição atribuída (retirada de CPAP ou CPAP). Na manhã seguinte ao exame de polissonografia, foi realizada medida de taxa metabólica basal (TMB), além de coleta de sangue para avaliar hematócrito, peptídeo natriurético tipo B (BNP) e urina para determinação do sódio, creatinina e osmolalidade urinários. RESULTADOS: Foram estudados 22 pacientes (11 homens), com idade média de 62±5 anos, índice de massa corporal de 31±5 Kg/m² e índice de apneia-hipopneia de 52±33 eventos/hora. A diferença média de peso entre os períodos de terapia com CPAP e retirada do CPAP foi de + 0,414±0,647 kg (P=0,008). O volume urinário durante a noite foi menor durante o período de terapia com CPAP em comparação com o período de retirada do CPAP, diferença média de -145±305 mL (P=0,036). Não foram observadas diferenças no gasto energético total, ingestão calórica, TMB, hematócrito, BNP, excreção de sódio e osmolalidade urinária. A mudança de peso correlacionou-se com a mudança na água corporal extracelular (R=0,590; P=0,004). CONCLUSÕES: O ganho de peso durante o CPAP ocorre após apenas uma semana. Acúmulo de líquido ajuda a explicar o ganho de peso durante o tratamento com CPAP em pacientes com AOS |