Aspectos comportamentais e neuroquímicos do modelo de autismo induzido por ácido valpróico em ratas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Manes, Marianna
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-16052023-163046/
Resumo: O transtorno do espectro autista (TEA) é caracterizado por déficits comportamentais, sendo mais comumente diagnosticado em homens do que em mulheres. Apesar da ampla variedade de estudos sobre o tema, ainda não é possível determinar a exata causa do TEA. O diagnóstico é clínico e realizado por meio da observação dos comportamentos e do desenvolvimento do indivíduo. Por ser diagnosticado majoritariamente nas populações masculinas, acredita-se que as mulheres têm menor probabilidade de se enquadrar dentro do espectro e por isso são menos estudadas. Dessa forma, esse trabalho propõe-se a caracterizar o modelo de autismo em ratas fêmeas e avaliar o comportamento materno das mesmas, utilizando o modelo de exposição pré-natal ao ácido valpróico (VPA). No Capítulo 1 foi feita a caracterização do fenótipo tipo-autista na prole feminina de ratas expostas ao VPA no período pré-natal. Para isso, ratas adultas foram tratadas com VPA (400 mg/kg) no dia de gestação 12,5 por via intraperitoneal e o comportamento da prole feminina foi estudada através dos testes vocalização ultrassônica, labirinto em T, comportamento de brincar, grooming espontâneo e splash test, que são relacionados com a sintomatologia apresentada em indivíduos com TEA. Os resultados mostraram que a exposição pré-natal ao VPA foi capaz de causar prejuízos na comunicação, comportamentos repetitivos/estereotipados e déficits em relação a socialização, além de diminuir o comportamento de grooming na prole feminina, sugerindo que o modelo de VPA foi capaz de mimetizar o comportamento expresso por indivíduos autista. No Capítulo 2 foi feita a avaliação dos cuidados maternos e da neuroquímica cerebral de ratas tipo-autista. Para isso, foram utilizadas as mesmas ratas do Capítulo 1, que foram acasaladas com machos saudáveis. Após o nascimento da prole foram realizados os testes de comportamento materno e comportamento materno agressivo para avaliação dos cuidados maternos e, ao final da lactação, os animais foram submetidos a eutanásia para coleta de diferentes estruturas cerebrais para a avaliação da neuroquímica. Os resultados mostraram que a exposição pré-natal ao VPA não foi capaz de alterar o comportamento materno, porém causou pequenas alterações no comportamento materno agressivo e na neuroquímica cerebral, entretanto sem significado biológico, sugerindo que esse modelo não modifica os cuidados maternos exibidos por esses animais.