Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Diatkine, Manuel |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-07062017-082029/
|
Resumo: |
O estudo responde às seguintes perguntas: quais foram as etapas que levaram à ruptura entre Pierre-André Taguieff e a esquerda intelectual antirracista francesa? Em qual medida essa ruptura pode nos fornecer elementos de compreensão da história do antirracismo na França, em particular no caso do antirracismo dos intelectuais, desde os anos 1970 até a década de 2010? O primeiro capítulo focaliza as fontes, a metodologia história das ideias e história do tempo presente, a historiografia do racismo e do antirracismo , e enfim P.-A. Taguieff, historiador das ideias racistas, um aspecto de sua obra que será deixado de lado no resto do trabalho. A década de 1980 é o tema do capítulo II. P.-A. Taguieff se torna famoso por suas análises dos discursos da chamada Nouvelle Droite e do Front National, partido que propôs o conceito de nacional-populismo. Avança um modelo ideal-típico da confrontação racismo antirracismo: o antirracismo diferencialista confrontar-se-ia prioritariamente com o racismo universalista, e o antirracismo universalista com o racismo diferencialista. O assunto do capítulo III é a tentativa por P.-A. Taguieff de pensar um antirracismo republicano na década de 1990; isto é articulado à noção de nação cívica, e não étnica. É essa evolução que o leva a romper com a maioria da esquerda política e intelectual. No final dessa década, inicia uma reflexão aprofundada sobre a noção de progresso e sobre o progressismo, que interpretamos como uma reflexão sobre os motivos de sua própria ruptura com a esquerda. Os capítulos IV e V se referem aos anos posteriores a 2000. No capítulo IV, abordamos a querela da nova judeofobia, isto é, o papel fundamental jogado por P.-A. Taguieff na identificação da difusão de um novo racismo judeófobo na França. Estudamos as reações hostis, essencialmente por parte de intelectuais de esquerda preocupados com a necessidade de não estigmatizar os jovens. No capítulo V, evocamos dimensões do debate contemporâneo na França em torno do racismo e do antirracismo. Mostramos que o antirracismo deixou de ser um universo intelectual e político coerente. Ao contrário, dividiu-se e, portanto, se enfraqueceu. Esta divisão e este enfraquecimento contribuem a explicar uma parte uma parte somente das evoluções eleitorais recentes da França. Enfim, o capítulo VI, conclusivo, se interroga sinteticamente sobre o que evoluiu e o que não evoluiu na reflexão e na produção intelectual de P.-A. Taguieff. Concluímos, primeiro, que P-A. Taguieff ficou fiel a uma concepção patriótica do antirracismo, enraizada da tradição do republicanismo francês, exatamente a tradição que muitas correntes da esquerda política e intelectual pretendem ultrapassar, em nome do multiculturalismo, do cosmopolitismo, da convergência das lutas; e, segundo, que desde os primeiros textos suas intervenções no debate público visam a defender a pluralidade das ideias, condição da existência de uma verdadeira esfera do debate público. |