A relação entre ansiedade e depressão e a perda dos papéis ocupacionais de pacientes com lesão medular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Placeres, Aline Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-20032019-144744/
Resumo: O estudo objetivou analisar sintomas ansiedade e depressão em pacientes com lesão medular e investigar sua correlação com a incidência da perda dos papéis ocupacionais, bem como as estratégias adotadas por profissionais da saúde para a promoção de saúde mental a essa população. Trata-se de um estudo correlacional de corte transversal, com abordagem predominantemente quantitativa, sendo uma etapa qualitativa. Para a coleta de dados, foram utilizados os seguintes instrumentos: Ficha de Identificação; Inventário de Depressão de Beck (IDB); Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE); Critério de Classificação Econômica do Brasil (CCEB); Lista de Identificação de Papéis Ocupacionais (LIPO); e entrevistas semiestruturadas com profissionais do Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD). Participaram do estudo 30 pacientes com lesão medular traumática atendidos no referido serviço, de ambos os sexos, entre 19 anos e 72 anos de idade, e 10 profissionais da saúde do SAD. Para a análise estatística da etapa quantitativa, utilizou-se o programa IBM SPSS Statistic versão 25, e na etapa qualitativa, a Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados identificaram média de escores de sintomas de ansiedade média e depressão leve/moderada entre os participantes, sendo que a variável significantemente associada à depressão foi apenas o estado civil; já a variável associada à ansiedadeestado foi o apoio familiar, e à ansiedade-traço, as atividades de autocuidado. Os papéis que sofreram mais perdas foram os de trabalhador e passatempo/amador, e aqueles considerados menos importantes, de estudante e participação em organizações. Importância maior foi atribuída pelos participantes aos papéis de membro da família, amigo, trabalhador e religioso, sendo os dois primeiros os mais desempenhados no passado, presente e com pretensão no futuro. Identificou-se relação entre ansiedade e depressão e perdas de papéis ocupacionais, de modo que aqueles que vivenciaram mais perdas apresentaram mais sintomas de ansiedade e depressão, e aqueles que continuaram exercendo mais papéis após a lesão apresentaram menos sintomas de ansiedade e depressão. Os resultados da etapa qualitativa e referentes às entrevistas com os profissionais evidenciaram a construção de sete categorias analíticas e 12 categorias empíricas. A análise das categorias permitiu verificar que as estratégias adotadas pelos profissionais de saúde para a promoção de saúde mental a essa população ainda se encontram limitadas, dada a ausência de serviços especializados e o difícil encaminhamento para profissionais da área. Além disso, a falta de posturas sociais mais benevolentes para com essa população acentua a dificuldade de assegurar acessibilidade e oportunidades mais igualitárias a essas pessoas. Considera-se necessário conferir maior atenção à associação de doenças físicas a quadros psiquiátricos, visto que perder ou resgatar um papel desempenhado anteriormente pode não estar relacionado apenas à disfunção física, mas também a um quadro psíquico