Estudo sobre infectividade dos vírus Chikungunya e Mayaro em hemocomponentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Ana Beatriz dos Anjos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-04012021-120026/
Resumo: Os arbovírus são responsáveis por doenças, esporádicas ou em epidemias, que podem ser graves ou debilitantes, com impacto significativo para a saúde humana no Brasil e no mundo, tornando importante o estudo de suas transmissibilidades por transfusão sanguínea. Dentre os arbovírus, os Alphavirus Chikungunya e Mayaro, apesar de não serem altamente letais, após produzirem doenças febris agudas, podem ser causadores de doenças articulares dolorosas e incapacitantes que perduraram por meses ou anos. No presente estudo, objetivou-se avaliar a infectividade dos Alphavirus Chikungunya e Mayaro em produtos do sangue nas unidades formadoras de plaques (PFU/mL) e por qPCR em número de cópias de RNA viral equivalente a PFU. Também pesquisou-se a infecção por Alphavirus Chikungunya e Mayaro em leucócitos, como linfócitos B, linfócitos T, monócitos e macrófagos do sangue periférico. Ainda, avaliou-se a infectividade dos dois vírus em linhagens de linfócitos T CD4+ (A30-1), de monócitos (THP-1) e de megacariócitos (MEG-1). Os resultados obtidos mostram que bolsas de sangue doado inoculadas com vírus Mayaro ou vírus Chikungunya, mantêm ambos os vírus infectantes durante o processamento dos hemoderivados (concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas e plasma fresco congelado) e mesmo após o armazenamento específico recomendado para cada produto, sendo capazes de infectar indivíduos com eles transfundidos. Observou-se que o Mayaro e o Chikungunya infectam linfócitos B (CD19+ CD20+ ), linfócitos T (CD3+ e CD4+ ) e ainda, o Mayaro infecta monócitos (CD14+ ) e o Chikungunya infecta macrófagos (CD68+ ) do sangue periférico, podendo ser disseminados nos pacientes por estas células. Também o vírus Mayaro e o Chikungunya infectam culturas de linfócitos TCD4+ , megacariócitos e monócitos humanos, produzindo relevantes replicações virais que têm possíveis repercussões na fisiopatologia das doenças por estes vírus. Os resultados deste trabalho evidenciam que, para prevenir infecções por vírus Mayaro e por vírus Chikungunya em hemoderivados, faz-se necessário estimular o desenvolvimento e a utilização de testes diagnósticos para estes patógenos no sangue doado.