Efeito da corticoterapia materna antenatal e pós-natal em cordeiros prematuros extremos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Regazzi, Fernanda Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-09032016-142309/
Resumo: A utilização do corticosteróide antenatal objetivando induzir artificialmente a maturação fetal e garantir a sobrevivência de neonatos críticos é bem estabelecido e rotineiramente utilizado em Medicina. Por outro lado, a utilização pós-natal de corticóide, como garantia de melhores condições clínicas do neonato, ainda figura como expressivo desafio tanto em neonatologia humana quanto veterinária. Deste modo, este estudo tem como objetivo avaliar a eficácia da corticoterapia pré ou pós-natal em cordeiros prematuros extremos na melhora da condição clínica, pulmonar, metabólica e hemodinâmica; necessidade de assistência ventilatória e na garantia de sobrevivência neonatal. Para tal, cordeiros prematuros, nascidos aos 135 dias de gestação, foram aleatoriamente alocados nos grupos: corticoterapia materna pré-natal (CORT PRÉ; n=8), corticoterapia pós-natal (CORT PÓS; n=9) e controle (CONT; n=5). A corticoterapia foi realizada com betametasona em dose única de 0,5 mg/Kg, por via de aplicação intra muscular, aos 133 dias de gestação ou aos 10 minutos após o nascimento para os grupos CORT PRÉ e CORT PÓS, respectivamente. O parto foi induzido utilizando-se o fármaco aglepristona às 49 horas prévias à data estimada para o parto. Os neonatos foram avaliados quanto ao escore Apgar, condição clínica geral (freqüência cardíaca, freqüência respiratória, tônus muscular e irritabilidade reflexa), temperatura corpórea, hemogasometria arterial, glicemia, lactatemia, concentrações séricas das enzimas antioxidantes (superoxido dismutase SOD e glutationa peroxidase GPx) e marcador do estresse oxidativo (TBARS) em 10 momentos pontuais durante os 3 dias subsequentes ao parto. Para os cordeiros destinados ao suporte ventilatório, avaliamos o tempo (em minutos) necessário para o início do protocolo ventilatório a partir do nascimento e o tempo de permanência na ventilação. Os dados foram analisados por meio de testes paramétricos e não-paramétricos, com nível de significância de 95%. As variáveis também foram submetidas ao teste de correlação de Spearman. Como resultados, observamos melhor condição de vitalidade e tônus muscular nos neonatos tratados em relação ao grupo controle. Quanto à avaliação cardiogênica, a betametasona pré-natal apresentou efeito bradicárdico, enquanto a administração pós-natal resultou em efeito taquicárdico. Tanto os resultados de frequência respiratória como temperatura corpórea foram estatisticamente superiores nos neonatos tratados em relação ao controle. Todos os cordeiros nasceram bradicárdicos e bradipneicos, com valores normais atingidos a partir de 10 minutos. Observamos hiperglicemia nos grupos tratados, com valor estatisticamente superior no grupo CORT PÓS. O valor de lactato foi estatisticamente superior no grupo CORT PÓS em relação ao controle. Quanto aos componentes do equilíbrio ácido-básico, os neonatos do grupo CORT PRÉ tiveram valores significativamente maiores de bicarbonato, enquanto menores pressões de CO2 foram observadas a partir de 60 minutos, embora sem diferença quanto ao pH e BE. Os tratamentos não determinaram alterações nos valores de PO2 e SO2. Entretanto, os diferentes protocolos corticoterápicos influenciaram no perfil hematológico neonatal, com valores significativamente maiores de hematócrito no grupo CORT PÓS, seguido pelo grupo CORT PRÉ. Observamos também atuação do tratamento pós-natal nos valores de SOD e correlação positiva com os valores de hematócrito e hemoglobina. Comparando-se o percentual de cordeiros submetidos à assistência ventilatória, verificou-se maior necessidade no grupo controle. Os neonatos do grupo CORT PRÉ permaneceram por tempo menor sob assistência ventilatória, em relação ao grupo controle Com base nos resultados obtidos, concluímos que a corticoterapia pós-natal ou pré-natal favorece a condição clínica neonatal (vitalidade, tônus muscular e funções vitais), a função pulmonar (trocas gasosas e compensação aos desequilíbrios ácido-básicos) e a atividade metabólica (controle glicêmico). O tratamento pós-natal aumentou a atividade da enzima SOD, reduzindo os riscos de danos pulmonares. Ainda, o tratamento com betametasona pós-natal ou materna pré-natal diminui a necessidade de assistência ventilatória em cordeiros prematuros extremos