Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Regazzi, Fernanda Machado |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-26092012-155953/
|
Resumo: |
O final do período gestacional é marcado por importantes processos que caracterizam a maturação pulmonar fetal, dentre os quais destacam-se alterações estruturais, como a expansão das áreas de troca gasosa; e funcionais, tais como o aumento na produção de surfactante, cuja principal função é reduzir a tensão superficial na interface ar-líquido alveolar, evitando o colapso dos alvéolos na fase final da expiração. Estudos realizados em diferentes espécies animais indicam a influência de fatores endócrinos, incluindo os glicocorticóides, no desenvolvimento pulmonar fetal e transição para a vida extra-uterina. Até o momento, não há estudos na espécie canina, com o objetivo primordial de avaliar a ação da corticoterapia materna na melhora da função pulmonar. Desta forma, são objetivos deste estudo identificar as alterações morfométricas e funcionais pulmonares de neonatos pré-termos e termos submetidos à corticoterapia materna pré-natal e correlacioná-las à melhora da função pulmonar no período neonatal. Para tanto, 25 neonatos da espécie canina, nascidos por cesariana programada, foram alocados aleatoriamente em 2 grupos: Grupo Controle (CONT) (sem corticoterapia materna; n=15) e Grupo Betametasona (BETA) (corticoterapia materna aos 55 dias de gestação; n=10), por aplicação de betametasona (Celestone Soluspan®) em dose única de 0,5 mg/Kg de peso materno, por via de administração intra muscular (IM). No grupo Controle, os neonatos foram avaliados aos 55, 57 e 63 dias de gestação, enquanto no Grupo Betametasona, aos 57 e 58 dias de gestação. Perfez-se a avaliação clínica por escore Apgar, hemogasometria e radiografia pulmonar. Ainda, as modificações pulmonares estruturais e funcionais foram verificadas por análise morfométrica e imunoistoquímica para detecção do número de pneumócitos tipo II produtores da proteína B do surfactante (SP-B) no parênquima pulmonar. Houve melhor evolução clínica nos neonatos pertencentes ao grupo BETA 57 já aos 60 minutos de vida. Os valores de freqüência cardíaca foram estatisticamente maiores nos grupos tratados e controle termo, em comparação ao grupo CONT 57. O escore de freqüência e padrão respiratórios foi estatisticamente superior nos grupos BETA 57 e CONT 63, seguido pelo grupo BETA 58. Valores estatisticamente semelhantes de irritabilidade reflexa foram observados entre os grupos tratados e termo. Do nascimento aos 60 minutos de vida não houve diferença estatística na avaliação do tônus muscular entre os grupos, com valores significativamente superiores aos 240 minutos de vida nos grupos tratados e controle termo. Os neonatos do grupo CONT 63 apresentaram escore de mucosas aparentes da avaliação Apgar estatisticamente superior em relação aos demais grupos ao nascimento, com valores estatisticamente iguais aos grupos tradados e CONT 57 aos 60 minutos de vida. Ao nascimento e após 2 horas de vida, todos os neonatos apresentaram acidemia, com melhor resposta compensatória ao desequilíbrio ácido-básico no grupo BETA 58. Houve maior septação nos grupos tratados e controle termo, em relação aos demais grupos. Um percentual estatisticamente superior de alveolização foi observado no grupo CONT 63, seguido pelo grupo BETA 58. Um menor percentual de sáculos foi identificado no grupo CONT 63 seguido pelos grupos BETA 57 e CONT 55. Não evidenciou-se diferença estatística quanto ao número de pneumócitos tipo II marcados para a proteína SP-B entre os grupos tratados e CONT 57. A avaliação radiográfica mostrou menor percentual de broncograma aéreo, bem como áreas de atelectasia, no grupo BETA 57, associado à melhor visualização do parênquima pulmonar. Em conclusão, a administração de betametasona materna no período pré-natal induz alterações estruturais do parênquima pulmonar, resultando em melhores valores de escore Apgar. Houve melhor resposta compensatória nos grupos tratados, reflexa ao aumento da capacidade de troca gasosa pulmonar. Não foi possível identificar aumento na síntese de surfactante pulmonar entre os grupos, em resposta à administração pré-natal de betametasona. |