E se as bruxas fossem sons? As metamorfoses das tecelãs do tempo na lenda de Macbeth

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souto, Daniela
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Voz
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27155/tde-21092023-111542/
Resumo: Esta dissertação pretende discutir as metamorfoses das bruxas na peça Macbeth e como estas tecem sonoramente a sua lenda, compondo uma dramaturgia sonora. O texto costura rastros históricos e mitológicos encontrados na paisagem sonora, nas imagens dos corpos e na fala poética das bruxas, sonhos e relatos pessoais de trabalho. A questão evoca a relação entre voz e corpo, som e imagem e como estes elementos se relacionam através da imaginação. Enquanto símbolo da criatividade e arquétipo feminino marginal, a bruxa e suas metamorfoses vocais e corporais aproximam-se dos processos experimentais onde composições vocais são tecidas entrelaçando vogais, consoantes, sons fisiológicos, melodias, ritmos, timbres e ruídos através do movimento corporal. É símbolo de transformação sonora e física, à margem e no centro da estética do belo, onde \"o belo é feio e o feio é belo.\" Os sons que criam sentido no mundo, evaporam-se no ar, mas permanecem nos pensamentos e nas vozes do outro. No arcabouço teórico principal que costura o texto estão as vozes feministas de Sílvia Federicci a respeito da relação entre a figura da bruxa e o apagamento feminino da história, Adriana Cavarero e sua filosofia da expressão vocal, Pauline Oliveros e sua proposta de escuta profunda como caminho de composição e outros pesquisadores das áreas da mitologia, da dança e da voz.