Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Sigahi, Tiago Fonseca Albuquerque Cavalcanti |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3136/tde-07012022-105703/
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Resumo: |
O relatório The Engineer of 2020, publicado em 2004 pela National Academy of Engineering colocou em foco a seguinte questão: Como será ou deveria ser a engenharia em 2020?. Desde então, embora pesquisadores, universidades, agências de fomento e instituições governamentais tenham dedicado esforços e investimentos significativos à melhoria da educação em engenharia, são contínuos os apelos por mudanças mais amplas e profundas. A década de 2020 chegou e o engenheiro do futuro continua a lutar com um problema do passado: a necessidade de superar os limites do paradigma clássico da engenharia, baseado no pensamento cartesiano, mecanicista e reducionista. Em outras palavras, apesar de tanto esforço e investimento, o paradigma permanece intacto. Nesse contexto, o objetivo desta tese é identificar e compreender propostas e ações que buscam alternativas ao paradigma clássico da engenharia, nos âmbitos da pesquisa e da prática em educação em engenharia. Por pesquisa em educação em engenharia refere-se à produção científica no campo consolidado como Engineering Education Research (EER). Por prática em educação em engenharia entende-se qualquer iniciativa relacionada ao ensino e à formação em engenharia realizada no âmbito de instituições de ensino superior (e.g., cursos de graduação e pós-graduação, projeto pedagógico, programas de modernização, modelos de ensino) ou organizações de representação (e.g., associações, conselhos, órgãos reguladores). Para atender ao objetivo proposto, a tese foi dividida em três fases: pesquisa bibliográfica (análise não estruturada e revisão sistemática da literatura), documental (análise qualitativa de conteúdo de projetos pedagógicos, sites institucionais, documentos oficiais e relatórios) e de campo (entrevista com professores e coordenadores de cursos de engenharia, diretores de faculdades de engenharia, dirigentes de instituições de ensino e membros de organizações de representação). A partir da perspectiva da teoria da complexidade, principalmente a abordagem de Edgar Morin, contribui-se, inicialmente, com a proposição de um conceito de paradigma, ausente na discussão em EER, que, argumenta-se, é fundamentalmente paradigmática. A tese também contribui com a sistematização dos temas e abordagens da complexidade presentes na EER. As entrevistas permitem compreender os avanços na construção de novos paradigmas na educação em engenharia por meio de ações isoladas e institucionais; criação de estruturas institucionais; cursos em novas modalidades de engenharia, que apresentam organização curricular e/ou abordagem pedagógica inovadoras; e novas escolas de engenharia baseadas em modelos de ensino inovadores. Foram identificadas as principais barreiras enfrentadas por essas propostas/ações, abrangendo questões de naturezas diversas (educacional, geracional, sociocultural, comunicacional e de poder). Espera-se que esta tese contribua para a construção de um novo paradigma que complemente e agregue ao predominante. Um que seja desviante e, se tudo der certo, rejeitado no início pois, segundo Morin, esse é o caminho! Por um novo paradigma que, por um lado, ameace não apenas os conceitos, ideias e teorias, mas também o estatuto, o prestígio, da engenharia da mesmice, e, por outro lado, que dialogue com ela. Por um novo paradigma que contribua para a formação de profissionais do futuro, pois eles são necessários para o agora. |