Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Bertoncini, Alexandre Bruno |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-17042023-115412/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A endometriose caracteriza-se pela presença de tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina. Pode acometer o intestino em até 37%, sendo o reto envolvido em 73 a 90% das pacientes. Lesões intestinais podem ser multicêntricas em 62% e demandar diversas ressecções combinadas. Frequentemente associada aos plexos mioentéricos e nervos esplâncnicos, esse acometimento é responsável por alterações funcionais e sintomas gastrointestinais limitantes. Avaliações objetivas dos sintomas pré e pós-operatórios são escassas e conflitantes na literatura, limitando a comparação entre os resultados. OBJETIVO: Avaliar de forma prospectiva o impacto das ressecções vídeolaparoscópicas do reto quanto a continência anal, função evacuatória, qualidade de v ida e segurança dos procedimentos cirúrgicos. MÉTODOS: Pacientes com endometriose foram seguidas de forma prospectiva e avaliadas no período pré e pós-operatórios em intervalos de 1, 3, 6 e 12 meses após a cirurgia. Foram submetidas a exame de manometria anorretal, questionário de incontinência anal, constipação intestinal, qualidade de vida e grau de satisfação. Dados sobre a cirurgia, evolução clínica e cirúrgica também foram coletados em todos os períodos de avaliação. RESULTADOS: Trinta e quatro pacientes foram submetidas às avaliações pré-operatórias, seguidas por cirurgia realizada por equipe multiprofissional composta por ginecologista e cirurgião colorretal. Dessas, 32 (94,1%) completaram a avaliação de primeiro mês e 29 (85,3%) do terceiro mês até o final do estudo. O tempo médio de cirurgia foi de 261 minutos, com 73,5% das pacientes submetidas a ressecção segmentar do reto, com distância média da borda anal de 7,8 cm avaliadas em 29,4% das pacientes. Não houve nenhuma complicação intraoperatória e nenhuma derivação intestinal. Houve 5,9% de margens comprometidas. A morbidade intra-hospitalar foi de 5,8% e de 6,3% em até 30 dias, todas de tratamento clínico. Até 12 meses observamos 10,4% de complicações com 2 pacientes sendo submetidas a cirurgia, não relacionados a recidiva da endometriose. Houve redução da hipertonia do esfíncter anal interno, sem alterações da contração voluntária, do reflexo inibitório reto-anal, da sensibilidade e capacidade retal. Não houve alteração na continência anal. Após 6 meses houve melhora da função evacuatória com a redução significativa da constipação e ao término de 12 meses a qualidade de vida foi significativamente superior. Todas as pacientes se declararam satisfeitas ou muito satisfeitas com o resultado do tratamento ao término do período. CONCLUSÕES: A videolaparoscopia demonstrou segurança, além de benefícios com baixa morbidade e sem mortalidade. Não houve alterações da continência anal. Houve melhora da função evacuatória e constipação intestinal de forma sustentada, com redução da hipertonia do esfíncter anal interno. Foi observada da qualidade de vida após 12 meses da cirurgia e alto corroborado pela percepção subjetiva de melhora e alto grau de satisfação das pacientes |